O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, garantiu ontem (29/3) que o próximo Plano Decenal de Energia Elétrica 2008-2016, a ser lançado em maio, dará destaque para etanol e cana-de-açúcar, e deverá incluir o projeto de Angra 3, mesmo que ainda não exista uma definição sobre a construção da usina.
"A dificuldade de aprovação da construção de Angra 3 é que não existe consenso dentro dos diversos órgãos de governo sobre a conveniência da instalação da usina", acrescentou. A reunião do Conselho Nacional de Política Energética, que foi adiada desta quarta-feira para a próxima semana, deverá incluir a discussão sobre a construção da usina.
Tolmasquim destacou ainda a queda de 3,1%, no ano passado, na energia elétrica gerada a partir do gás natural – entre 1998 e 2006, o crescimento da oferta interna havia passado de 3,7% para 9,5%. Ele explicou que muitas usinas termelétricas não foram despachadas pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), devido ao nível elevado dos reservatórios de água.
Apesar da queda, o gás natural já responde por 10,5% da oferta interna de energia não-renovável. Dados divulgados pela EPE apontam que em 2006 a produção foi de 48,5 milhões de metros cúbicos por dia, dos quais quais 27 milhões de metros cúbicos chegaram efetivamente ao mercado – um aumento de 0,7% em relação aos 26,8 milhões de metros cúbicos de 2005.
As importações de gás natural, ainda de acordo com o Balanço Energético Nacional de 2006, passaram de 24,7 milhões para 26,8 milhões de metros cúbicos por dia, com crescimento de 8,7%.
Maurício Tolmasquim destacou, no entanto, a redução de 25,2% na queima e nas perdas associadas ao gás natural: “Há maior consciência da importância do produto e melhores técnicas de reaproveitamento”.
(Por Nielmar de Oliveira, Agência Brasil, 29/03/2007)