A maioria das famílias atingidas pela Usina Hidrelétrica Monjolinho, no rio Passo Fundo, ainda não foi reassentada nem recebeu idenização. A crítica é feita pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), após o anúncio da licença de instalação para o projeto, que será construído entre os municípios de Nonoai e Faxinalzinho, na região norte do Rio Grande do Sul.
A obra deve ficar pronta em 28 meses. A usina deve começar a fornencer energia a partir de janeiro de 2011. Na última quarta-feira, a Secretaria Estadual de Meio-Ambiente e a Fundação Estadual de Proteção Ambiental entregaram a licença de instalação para a empresa Monel Energética Monjolinho, responsável pela obra ao lado da Eletrosul.
De acordo com o MAB, cerca de 400 famílias de agricultores que moram na região devem ser atingidas pela obra, que abrange ainda os municípios de Benjamin Constant e Entre Rios. Mauro Brenm, da coordenação do movimento na região, afirma que a empresa ainda não reassentou as famílias atingidas. "A Monjolinho não tem sido diferente das outras barragens, na questão das fraudes. É uma obra que vai ter um impacto ambiental muito grande. É uma região em que a barragem vai atingir muita mata virgem. Na verdade, quando ela teve a licença ambiental prévia, algumas das condicionantes não foi cumprida. Uma delas dizia que, antes de o órgão ambiental liberar a segunda licença, a empresa teria que reassentar a população, e isso não aconteceu", diz.
Mauro Brenm afirma que a Engevix também é responsável pela obra. É a mesma empresa de engenharia que foi multada por omitir a existência de mais de quatro mil hectares de mata nativa na Usina Hidrelétrica de Barra Grande. A outorga de concessão da usina de Monjolinho foi dada à empresa em abril de 2002. Para entrar em funcionamento, ela ainda necessita da licença de operação emitida pela Fepam.
(Por Luiz Renato Almeida, Agência Chasque, 29/03/2007)