O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) passa a integrar oficialmente, a partir de hoje (29/3), a rede de monitoramento da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), com a inauguração de uma estação de monitoramento da qualidade do ar destinada estudar gases precursores de ozônio e monóxido de carbono. A estação, a melhor para medição de ozônio na cidade, localiza-se longe das fontes de poluição do ar, ou seja, afastada de onde o ozônio está sendo produzido, e a uma altitude de 800 metros, similar à Avenida Paulista e equivalente ao ponto mais alto da cidade. A inauguração acontece às 15 horas, no Ipen. Contará com a presença de autoridades e pesquisadores da área. Destaque para a presença do médico Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da USP, especialista há mais de 30 anos em efeitos de poluição do ar na saúde.
A estação é resultado de um convênio de cooperação científica entre as duas instituições. No laboratório do Centro de Química e Meio Ambiente (CQMA) do instituto, as amostras coletadas diariamente serão analisadas, identificadas e quantificadas. “Além de ser adicionada à rede telemétrica da Cetesb, a estação fornecerá à comunidade científica um ponto privilegiado de experimentos em atmosfera”, afirma Luciana Vanni Gatti, pesquisadora do CQMA.
O ozônio é o poluente que mais ultrapassa os parâmetros de qualidade do ar estabelecidos nas legislações federal e estadual. Chega a atingir níveis de concentrações elevadas que levam à classificação na cidade da má qualidade do ar.
A agência ambiental mantém 29 estações automáticas de monitoramento da qualidade do ar na Região Metropolitana de São Paulo, a maior parte localizada em áreas de grande fluxo de veículos. No boletim da qualidade do ar da Cetesb desta quinta-feira os dados coletados pela estação já estarão disponíveis.
Ozônio
A destruição da camada de ozônio é uma das preocupações mundiais. Na camada chamada estratosfera (entre 15 e 30 quilômetros da superfície da terra), o ozônio filtra os raios ultravioleta, protegendo os seres vivos da radiação UV-B. No entanto, quando se concentra na faixa de ar próxima ao solo (troposfera), é um poluente. Pode afetar tanto pessoas com problemas respiratórios quanto indivíduos saudáveis.
Experimentos realizados com voluntários mostram que o ozônio produz irritação passageira do sistema respiratório, provocando tosse, respiração ofegante e dor no peito durante a respiração profunda. A maior concentração do ozônio ocorre no horário de pico da radiação solar. Por isso, essa seria a pior hora para realizar, por exemplo, a prática de esportes como a corrida.
(Agência CT, 28/03/2007)