Por Diná Dornelles Barreira *
A cada dia que passa a tendência de uma produção desenfreada de resíduos oriundo da atividade humana é descartada e conhecida pelo nome de lixo. A população cresce e com isto esta espécie humana teima em usar o planeta como uma imensa “cesta de lixo”, sem se dar conta que um dia destes poderá acordar sem espaço para dispor da grande quantidade de resíduos produzidos por pessoas. Com certeza estes resíduos estão ligados ao consumo e a cultura dos descartáveis.
Não podemos mais fechar os olhos, colocar viseiras fingindo que está tudo bem, está na hora de abrir a mente e mudar nossas atitudes e hábitos. O lixo é um desafio da maioria das cidades, visto que os impactos sócio-ambientais são cada vez mais preocupantes, elucidando: contaminação das fontes de água usada para o abastecimento público e a degradação da paisagem e de seus predicados naturais. Diante deste contexto sabemos da necessidade de que cada cidadão seja responsável pela sua geração e cuidado com o lixo, e que por meio de pequenas ações podem produzir grandes significados. Isto quer dizer que temos uma responsabilidade com o ambiente e devemos procurar reduzir a quantidade de lixo produzida e dar a ele a correta destinação.
Sabemos da responsabilidade do poder público quanto a coleta e disposição final do lixo nas grandes cidades, nas indústrias e no meio rural, mas antes disto cabe sim a nós cidadãos a função de reduzir estes produtos que gerem lixo, separá-los e acondicionar adequadamente o lixo produzido a agir conscientemente no sentido de cobrar do poder público a destinação correta dos resíduos.
Mesmo os mais otimistas já observam um cenário futuro nos quais esta questão é decisiva para a manutenção da qualidade de vida de todos nós e do planeta, e uma das alternativas talvez seja os famosos “3 Rs” , reduzir a quantidade de lixo, reutilizar tudo o que for possível, reciclar o lixo que pode ser usado em novos produtos, pois o que é lixo para um poderá ser insumo para outro e assim por diante. Percebe-se que os materiais com maior percentual de reciclagem são aqueles que têm maior valor no mercado de recicláveis, como no caso das latinhas de alumínio e alguns tipos de papel, isto ainda é muito pouco a percepção do cidadão precisa estar ligada a um valor maior a uma riqueza maior percebendo que economia e ecologia devem andar juntos.
Para o município, a coleta seletiva e a apropriada destinação final de lixo não podem ser tomada como atividades lucrativas. O tratamento dos resíduos sólidos deve ser implantado com base em seus benefícios sociais e ambientais; enfatizando a redução de custo com aterros sanitários ou incineração; maior vida útil dos aterros sanitários; diminuição de gastos com área degradadas pelo mal acondicionamento do lixo; sensibilização e conscientização da população sobre o meio ambiente, uma sociedade mais educada, mais afinada, o que representa uma economia de recursos gastos com limpeza pública; melhoria das condições ambientais e de saúde pública; geração de emprego diretos e indiretos, com concludente resgate social dos catadores de lixo.
Este assunto não se esgota porque é vasto demais para ser tratado somente em algumas linhas, mas a intenção maior é provocar que nós somos cidadão responsáveis sim pelo lixo que geramos e que precisamos adotar práticas de reciclagem, coleta seletiva e redução do consumo de recursos naturais, e mais ir muito mais além: corroborar com outras pessoas, demandar atitudes e posicionamentos dos governos apresentar-se como consumidores conscientes e ratificar que queremos o melhor para nossa família e principalmente para o nosso planeta. Será muito isto? Acredito que não. Talvez não possamos mudar o mundo todo de uma vez, mas podemos começar pela nossa casa.
* Diná Dornelles Barreira é Consultora, Pedagoga Empresarial, Especialista em Gestão e Desenvolvimento Humano, Estudante de Mestrado em Gestão e Auditoria Ambiental - ênfase Educação Ambiental.
(Envolverde, 28/03/2007)