TURISMO É UMA DAS MAIORES INDÚSTRIAS DO MUNDO, SÓ QUE SEM CHAMINÉ
2001-10-31
Fernando de Noronha, Chapada Diamantina e a rota Pantanal-Bonito são os três principais destinos do ecoturismo para brasileiros no país. Os estrangeiros preferem Amazônia, Foz do Iguaçu e, também, Pantanal-Bonito. Neste mercado, a única alternativa destacada no Rio Grande do Sul é o Parque dos Aparados da Serra, que, ainda assim, fica no segundo escalão, ao lado de lugares como a Chapada dos Veadeiros. O local ainda padece dos mesmos problemas enfrentados para se desenvolver o turismo no Estado, de uma maneira geral: infra-estrutura, organização, falta de interesse. Este quadro foi apresentado ontem (30/10) durante a palestra Ecoturismo no RS: estado autal e perpectivas de trabalho, proferida por Ana Aveline (sócia da agência Caá-etê), na Unisinos. - É uma pena que não se acredite no nosso potencial. O turismo é uma das maiores industrias do mundo, só que sem chaminé, ressaltou. Ela aponta a Lagoa do Peixe e Caçapava do Sul como dois lugares com condições de serem pólos do ecoturismo no território gaúcho. A vantagem é que a prática, quando bem conduzida, não gera danos ao meio ambiente. Uma das causas é o número pequeno de turistas, o que facilita o controle, mas, ao mesmo tempo, encarece a viagem. Outro aspecto positivo é o benefício da população nativa, que tem uma nova fonte de renda. - Não quero oferecer um local que esteja ao lado de uma favela. O ideal é que a comunidade tenha educação, saúde, casas dignas e uma fonte de renda ligada ao turismo, disse Ana Aveline. A conduta idealizada por ela foi apresentada como modelo por Keith Smith, que esteve no Brasil para falar de indicadores ambientais, e afirmou que a questão social está intrinsecamente ligada à ambiental, isto é, só se pode pensar em meio ambiente quando as necessidades básicas da população forem atendidas.