Investir na produção de biodiesel está entre as principais alternativas que os novos donos do Grupo Ipiranga estudam para agregar valor à empresa recém adquirida. A informação foi divulgada ontem (28/3), durante audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília.
O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que representou a estatal nas quatro horas de audiência, adiantou que um grupo de trabalho será formado pelas três empresas - com a participação dos trabalhadores - para estudar essa e outras opções às unidades de produção da companhia.
Hoje, é dia de conferir o que os representantes das três empresas - Braskem, Petrobras e Grupo Ultra - revelarão na Assembléia Legislativa, em Porto Alegre.
- Com certeza vamos ter oportunidade de agregar valor e ter um elenco de produtos mais adequados para essa unidade - antecipou Costa.
Pressionados por trabalhadores e parlamentares da bancada gaúcha, os novos donos da Ipiranga garantiram, na Câmara dos Deputados, a manutenção dos empregos no Rio Grande do Sul. Eles ouviram dos representantes da Petrobras, Braskem e Ultra o comprometimento com a manutenção dos atuais postos de trabalho, tanto no pólo petroquímico quanto na refinaria de Rio Grande.
- Não há motivo para tensão entre os trabalhadores. Somos três grupos com capacidade de investimento - afirmou Costa.
O biodiesel, porém, é encarado pelos trabalhadores como uma solução de médio e longo prazos, porque implicaria modificações na planta atual e em treinamento de pessoal. Em Rio Grande, 245 trabalhadores dependem da refinaria. No pólo petroquímico, são 2,5 mil empregos diretos.
Apesar das promessas feitas ontem pelas três empresas, para a platéia do auditório lotado, lideranças dos sindicatos não escondiam a insegurança.
- Não houve uma conversa franca com os trabalhadores. Talvez sejamos degolados com punhal de ouro - afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Derivados de Petróleo, Ângelo Martins.
(Por Carolina Bahia, Zero Hora, 29/03/2007)