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2007-03-29

A Austrália irá formar um fundo global para lutar contra o desmatamento ilegal e a destruição florestal em todo o mundo. O objetivo é reduzir a taxa de desmatamento e as emissões de gases do efeito estufa dez vezes mais rápido que pelo Protocolo de Kyoto. Na mesma linha da AP6 (pacto climático Ásia-Pacífico), a iniciativa australiana de 200 milhões de dólares irá operar fora do Protocolo de Kyoto e será financiada por países desenvolvidos com a intenção de ajudar países em desenvolvimento a preservar suas florestas.

 

Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos devem contribuir com o fundo, que terá a Indonésia como foco principal. O país foi identificado pelas Nações Unidas como o que possui maior taxa de desmatamento. O economista britânico e especialista em mudanças climáticas Nicholas Stern disse que, devido à destruição das florestas, a Indonésia é o terceiro maior emissor mundial de gases do efeito estufa, atrás apenas de Estados Unidos e China.

 

O novo fundo mundial, que tem uma estrutura similar à da Parceria Ásia-Pacífico sobre Desenvolvimento Limpo e Clima (criada no início do ano passado), dará prestígio para o primeiro-ministro australiano, John Howard, criticado por muitos em relação às suas ações quanto às mudanças climáticas.

 

Howard anuncia nesta quarta-feira o início do fundo global, que será gerido pelo Banco Mundial e terá por objetivo ajudar os países em desenvolvimento a promover indústrias florestais sustentáveis; plantar florestas; acabar com a destruição ilegal de florestas tropicais; fornecer monitoramento da produção florestal e educação em manejo florestal; além de ajudar as comunidades dependentes do desmatamento ilegal a encontrar outras alternativas de emprego.

 

O desmatamento equivale à cerca de 20% das emissões globais de gases do efeito estufa e se estima que uma tonelada de CO2 pode ser retirada da atmosfera pelas árvores através do reflorestamento por apenas 2 dólares, uma pequena fração do custo de outras tecnologias. O Banco Mundial estima que o mau manejo das florestas custa à economia global 10 bilhões de dólares ao ano, sendo que 85% das florestas mundiais não possuem um manejo sustentável.

 

Howard disse ao parlamento australiano que trabalhará para alcançar a meta de redução das emissões de gases do efeito estufa imposta pelo Protocolo de Kyoto, mas acrescentou que não adotará políticas que custem empregos. “Apesar de haver muitas coisas no relatório de Stern e em seu trabalho que concordamos, tomaremos decisões de acordo com os interesses nacionais”, afirma Howard.

(Traduzido por Fernanda Muller, CarbonoBrasil. Fonte The Australian, 28/03/2007)

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