O economista Nicholas Stern, assessor do governo britânico e autor de um célebre relatório sobre mudança climática, pediu na quarta-feira (28/03), que a Austrália diminua o volume de suas emissões de gases poluentes em 30% nos próximos dez anos, para chegar a uma redução de 60% em 2050.
Austrália e Estados Unidos são os dois únicos países ricos que não assinaram o Protocolo de Kyoto, um acordo internacional que entrou em vigor em 2005 com a finalidade de controlar e reduzir as emissões de gases que afetam a camada de ozônio e produzem mudanças climáticas.
Stern informou, num discurso no Clube de Imprensa de Camberra e transmitido ao vivo pela rede de televisão ABC, que os governos atuam, cada vez mais, com base em suas próprias responsabilidades e de acordo com o comportamento dos outros países. Assim, opinou, a Austrália deveria servir de modelo.
Ele avisou que, sem uma ação imediata, a temperatura mundial pode subir até 5% nos próximos 100 anos, causando "uma transformação total do planeta". O primeiro-ministro australiano, John Howard, não atendeu ao pedido e comentou à rede de televisão Channel Nine que Stern "é a favor da tecnologia para o uso limpo do carvão".
"Nós conversamos sobre isso e apoiamos investimentos no setor", acrescentou o governante. Stern deve se reunir com Howard e com o líder do principal partido da oposição, o trabalhista Kevin Rudd, que defende a adesão ao Protocolo de Kyoto.
(Efe, 29/03/2007)