Representantes dos índios Tupinambás, do município de Olivença, no Sul da Bahia, estiveram na tarde desta quarta-feira (28/03) na Superintendência de Biodiversidade, Florestas e Unidades de Conservação da Secretaria de Meio Ambiente da Bahia (SEIA/BA) para discutir alternativas de renda para 23 comunidades da região. Os indígenas apresentaram uma proposta de construção de um viveiro para a produção de mudas de espécies nativas da Mata Atlântica, que serão usadas no reflorestamento da reserva indígena e no apoio à fabricação de artesanato em escala comercial.
O grupo foi recebido pelo superintendente Marcos Ferreira que, acolhendo a proposta, anunciou a inclusão no rol de ações da Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) com objetivo de garantir renda para as comunidades tradicionais e preservação da floresta, aproveitando o potencial turístico da região. O índio Bacurau, representante da comunidade Águas de Olivença, vê nos turistas estrangeiros um público garantido. "Gente do mundo inteiro admira nosso artesanato", declarou. Para o cacique Tucum, o viveiro permite ainda que as gerações futuras tenham renda assegurada, sem afetar a floresta.
O presidente da Associação Cultural e Ambientalista dos Índios Tupinambá, Cláudio Magalhães, também chamado Tororomba, informou que 35 famílias serão beneficiadas, inicialmente, pela parceria com a Semarh. Segundo Tororomba, hoje elas estão em áreas de risco, vivendo do extrativismo vegetal. A parceria é uma solução para que o Meio Ambiente não seja degradado, complementou.
O superintendente Marcos Ferreira anunciou que, em 19 de abril, Dia do Índio, fará uma visita à reserva, que abrange os municípios de Ilhéus, Una e Buerarema, a fim de consolidar a parceira. A Semarh está disposta também a apoiar a criação de uma cooperativa indígena que produzirá vassouras de piaçava. O investimento poderá até dobrar o valor obtido hoje com a venda da matéria-prima do produto pelos índios.
(Ascom SEIA/BA, 29/03/2007)