Estudos Laboratoriais de Acúmulo e Toxicidade de Arsênio em Eichhornia crassipes e Salvinia auriculata
2007-03-29
Tipo de trabalho: Artigo científico
Instituição: Departamento de Biologia Vegetal da Universidade de Viçosa (MG)
Periódico: Journal of the Brazilian Society of Ecotoxicology, Vol 1 Nº 2, 109-113
Ano: 2006
Autores: F. P. Guimarães, C. Q. Gomes, A. B. S. Magalhães, T. V. Fretas, J. A. Oliveira e R. Aguiar
Contato: fpguimaraes@vicosa.ufv.br
Resumo:
A avaliação dos efeitos tóxicos do arsênio (As) e a potencialidade de tolerância de Eichhornia crassipes e Salvinia auriculata
ante a este elemento é um importante passo na seleção de plantas a serem utilizadas como potenciais fitorremediadoras.
Os indivíduos dessas espécies foram coletados em locais livres de contaminação, desinfetados, aclimatados e submetidos
aos tratamentos com As na forma de arseniato de sódio nas concentrações: 0, 0,5, 2,5 e 5,0 mg.L–1. Após sete dias de
exposição ao As, as plantas foram lavadas em solução de HCl 0,1N, separadas em raiz e parte aérea, secadas, pesadas
e digeridas em água régia. A determinação do As absorvida pelas plantas foi feita por espectrometria de emissão em plasma-
ICP. Os resultados indicaram que S. auriculata acumulou mais As, apresentando necroses marginais nas folhas, enquanto
E. crassipes não apresentou nenhuma alteração morfológica visível. A absorção de As pelas plantas aumentou
proporcionalmente com a concentração em solução, sendo que S. auriculata foi mais sensível. Esse padrão foi observado
tanto para raízes quanto para as folhas nas duas espécies, sendo o acúmulo maior nas raízes. No tratamento de 5 mgL–1 , S.
auriculata acumulou uma média de 146,66 µg g–1 matéria seca de raiz e E. crassipes acumulou em média 56,29 µg g–1
matéria seca de raiz. Provavelmente, o maior acúmulo de As nessa concentração se deve à maior disponibilidade do elemento
e à maior proporção arsênio/fosfato na solução, visto que o processo de absorção do arseniato é competitivo com o fosfato.
Foram observados, ao longo do experimento, que as plantas-mãe de S. auriculata, mesmo tendo os tecidos danificados,
foram capazes de emitir plantas-filhas morfologicamente sadias. Sugere-se que esse mecanismo de tolerância possa estar
relacionado a algum processo que impeça a translocação do arsênio para as plantas-filhas ou a um processo de aclimatação
à poluição.