Manifestantes do Greenpeace protocolaram ontem (27/3) uma carta para o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, contra a construção da usina de Angra 3, que está sendo discutida no governo. Estava prevista para hoje uma reunião do Conselho Nacional de Política Energética e uma das questões em pauta é a retomada do projeto de construção da Usina de Angra 3. O Greenpeace e outras 18 entidades e organizações não-governamentais ligadas ao setor de energia e meio ambiente assinam a carta.
De acordo com a carta, o as entidades consideram “a usina desnecessária para o Brasil, uma vez que nosso país tem todas as condições de estar na vanguarda do desenvolvimento limpo ao investir em energias renováveis”.
O documento também afirma que a construção de angra 3 custaria cerca de R$ 7 bilhões e geraria cerca de 1350MW, com este volume de recursos, poderia ser criado um parque eólico que geraria o dobro da potencia energética.
A carta também acusa o Programa Nuclear Brasileiro de não ser transparente. “A falta de transparência é uma marca histórica do Programa Nuclear Brasileiro, criado na década de 1970 durante a ditadura militar. A opinião pública merece, no mínimo, transparência na discussão de um assunto tão grave e de extrema relevância para o futuro”, diz o texto.
Segundo o coordenador da campanha contra a energia nuclear do Greenpeace, Guilherme Leonardi, disse que o Brasil tem um grande potencial para investir no uso de energias limpas. “É totalmente possível suprir as necessidades energéticas do Brasil a partir das energias limpas. Então, o Brasil não precisa de energia nuclear, energias como a eólica, solar, biomassa, podem suprir nossa demanda energética”, disse.
Ele também afirmou que as energias limpas são capazes de suprir a demanda energética com um custo inferior ao da energias nuclear, além de não trazer problemas como o lixo radioativo e o risco de acidentes.
O Ministério de Minas e Energia disse ontem que a reunião do conselho deverá acontecer na próxima semana, mas ainda não foi definido o dia. O conselho é presidido pelo Ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau e tem a participação de outros ministros e entidades da sociedade civil. Segundo ainda o ministério, a retomada do projeto de construção de Angra 3, é um dos temas a serem discutidos na próxima reunião do conselho.
(Por Roberta Lopes, Agência Brasil, 27/03/2007)