A desertificação, que na China avança a um ritmo de 1.283 quilômetros quadrados por ano, afeta diretamente 400 milhões de pessoas, segundo a Administração Estatal Florestal, num comunicado divulgado antes do início da temporada de tempestades de areia. Na China, 18% do território corresponde a áreas desérticas, especialmente nas faixas setentrional e ocidental. Mas outros 14% sofrem as conseqüências da desertificação, praticamente em todo o país. O alerta foi lançado por diretores do órgão e publicada hoje pela imprensa chinesa.
Além disso, os prejuízos causados pelo fenômeno são de US$ 6,468 bilhões, acrescentaram, segundo o site "Chinanews". O Governo ressalta que conseguiu diminuir o ritmo de desertificação, que era de 3.436 quilômetros quadrados por ano na década de 90. Mesmo assim, os especialistas consideram a situação ainda "muito grave".
A pressão da enorme população, o desenfreado desenvolvimento econômico e a poluição criam uma situação "extremamente frágil" inclusive nas zonas desérticas reflorestadas, revelou o órgão. A análise confirma um estudo do ecologista americano Lester Brown.
Brown, fundador e presidente do Instituto de Políticas para a Terra, avisou que o problema mais preocupante no país é a enorme bolsa de pó que está se formando na região norte e oeste. O fenômeno transforma vastas extensões de terra cultiváveis em deserto.
O objetivo do Governo chinês até 2050 é reflorestar todas as zonas desérticas. Mas, segundo especialistas, o investimento prometido não está sendo concretizado, publicou hoje o jornal "China Daily". Segundo o subdiretor da Administração Florestal, Zhu Lieke, são necessários US$ 30,58 bilhões até 2050. O investimento atual, porém, é de US$ 258 milhões por ano, um terço da necessidade.
(EFE, 27/03/2007)