No mês que vem dezenas de barcaças carregadas de geradores de energia começam a apontar no litoral brasileiro. Com até 100 metros de comprimento, estarão na paisagem por um bom motivo: a injeção no sistema elétrico brasileiro de uma carga extra de até 4.000 MW, equivalente a um terço da energia fornecida por Itaipu. É mais que suficiente para garantir o turismo durante o verão nordestino e manter os reservatórios do Sudeste em níveis de segurança. A energia itinerante vai custar caro e a conta final deverá acabar no bolso do consumidor, na forma de aumentos de tarifas. A nova carga será comprada pela Comercializadora Brasileira de Energia Emergencial (CBEE), estatal criada às pressas pelo governo em agosto com a tarefa de inventar soluções para o colapso energético. Nesta semana, o comitê começa a definir as áreas que receberão as primeiras cargas. (Época/48, 29/10)