As três indústrias de biodiesel que devem entrar em operação nos próximos 30 dias no Rio Grande do Sul pretendem aumentar a aquisição de matéria-prima da agricultura familiar. A expectativa inicial do governo federal era de garantia de venda de 30% dos grãos a serem usados, mas esse percentual poderá chegar a 50%, na Oleoplan, em Veranópolis; BSBios, em Passo Fundo, e Brasil Ecodiesel, em Rosário do Sul. Os dados são do coordenador nacional do Projeto de Biodiesel, Arnoldo Campos, que esteve no RS.

Conforme a Lei no 11.116, empresas que absorvem matéria-prima da agricultura familiar têm redução no pagamento de PIS/Cofins de R$ 0,22 para R$ 0,07 por litro de biodiesel produzido. Campos destacou que a capacidade de resposta das cooperativas gaúchas coloca o RS em estágio avançado no país, junto com a Bahia e o Mato Grosso do Sul.

Ele prevê que na safra 2007/08 as quatro principais oleaginosas terão financiamento e cobertura de seguro. A Embrapa Pelotas concluiu o zoneamento da mamona no RS. O texto será enviado ao Mapa nas próximas semanas e para aprovação do Conselho Monetário Nacional (CMN). A expectativa é que o financiamento da cultura seja incluído no Plano de Safra. Segundo técnicos, a mamona tem rendimento superior de óleo.

'Este fato impulsiona a mudança da matriz produtiva, com uma postura mais critica em relação a outras culturas, como a soja, que garante uma baixa margem ao agricultor', disse o agrônomo do Departamento de Bioenergias da Fetag, Valdecir Zonim. Um estudo da Federação aponta que com as indústrias, incluindo a Granol, de Cachoeira do Sul, o RS poderá produzir 440 milhões de litros de B2/ano, 50% da demanda nacional estimada. 'Isso terá grande impacto sobre a produção de oleaginosa do Estado.'
(Correio do Povo, 26/03/2007)
http://www.correiodopovo.com.br/jornal/A112/N177/html/19BIODIE.htm