A Secretaria Estadual de Irrigação iniciou nesta terça-feira (20/3), em Faxinal do Soturno, uma série de seminários pelo interior gaúcho para apresentar o Plano de Irrigação do Governo do Estado. Na sexta-feira, é a vez de Erechim receber o encontro.
O plano estadual de irrigação prevê investimentos de R$ 600 milhões em microaçudes e cinco novas barragens no Estado. O projeto é recebido com desconfiança pelos pequenos agricultores.
Para Aurio Scherer, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Arroio do Meio e do Movimento dos Pequenos Agricultores, o plano exige cuidado. "Nós enxergamos com muita cautela, com muita preocupação e de outro lado nós também suspeitamos que esta secretaria especial de irrigação, que foi criada pelo governo, Yeda seja um passo para começarem a discutir e trabalhar a privatização da água no Rio Grande do Sul, o que nós somos frontalmente contrários", diz.
Além da privatização, os pequenos agricultores temem que a exploração da água esgote as nascentes, ameace o Aqüífero Guarani e, juntamente com o plantio de eucaliptos na região do pampa, agrave o problema da seca. Para Aurio Scherer, outras medidas precisam ser tomadas. "Precisamos construir políticas no sentido de trabalhar a armazenagem da água da chuva, das precipitações pluviométricas, e nos preocupar menos em tirar água do subsolo. Para isso são indispensáveis políticas no sentido de defender o meio ambiente, as nascentes das águas dos rios", afirma.
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Agência Chasque, 22/03/2007)