Retomar Angra 3 não é prioridade, diz coordenador da universidade do Rio de Janeiro
angra 3
2007-03-23
O coordenador de Planejamento Energético da unidade de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Luiz Pinguelli Rosa, avalia que a retomada da construção da usina nuclear Angra 3 não é prioritária para o país.
Segundo ele, a urgência no atual momento é "desatar o nó" das hidrelétricas brasileiras. “O mais importante é que estamos deixando de lado as hidrelétricas e construindo usinas a carvão, que são muito poluentes”, disse, acrescentando não ser contrário ao debate sobre Angra 3.
Para o professor, a preocupação geral não deve se restringir ao que já foi gasto no projeto, mas sim, verificar o que falta investir para colocar a usina em operação e comparar os gastos com outras opções de geração de energia.
De acordo com a Eletronuclear, estatal que constrói e opera as usinas nucleares no Brasil, os custos com equipamentos já adquiridos somam US$ 750 milhões.
“Esse é o critério: o que eu já joguei fora, joguei. Por outro lado, o que será preciso gastar para completar o projeto, que é da ordem de US$ 1,7 bilhão, tem de ser posto em perspectiva para ver se, com com esse mesmo valor, eu obtenho mais energia de outra fonte”.
Pinguelli afirma que esses recursos a serem gastos poderiam ser canalizados para a geração hidrelétrica. “Mas agora cabe ao governo dissecar o problema”.
(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 22/03/2007)
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/03/13/materia.2007-03-13.2089461705/view