O geólogo e consultor ambiental Enoir Luís Greiner é um grande incentivador da preservação ecológica. Para ele, um dos
instrumentos pelo qual a sociedade pode demonstrar sua responsabilidade em relação ao acesso à água para o consumo futuro é a
participação nos comitês de bacias hidrográficas. Os grupos foram criados para gerenciar os interesses da comunidade em
relação aos tipos de consumo, quantidades, cobranças e tipos de investimentos definidos com a participação dos
usuários.
E, no que diz respeito ao planejamento dos recursos hídricos, a região está adiantada em relação ao resto do Estado. O Comitê
da Bacia do Pardo foi o primeiro a concluir um levantamento de ações que devem ser implementadas na sub-bacia do Pardinho.
Foi aprovada uma lista com 26 orientações para proteção e recuperação das águas. No fim do ano passado, foram apresentados
projetos detalhados de cada uma das medidas, que incluem construções de açudes e barragens e, a principal delas, o sistema de
tratamento de esgotos em Santa Cruz do Sul.
O objetivo é que as ações possam garantir que a população tenha, nos próximos 20 anos, água com qualidade e em quantidade
suficiente. “Somente na bacia que engloba o Vale do Rio Pardo devem ser aplicados R$ 80 milhões dentro do Plano Estadual de
Recursos Hídricos”, informou o engenheiro Henrique Kotzian, responsável pela Ecoplan – empresa licitada pelo Estado para a
execução do PERH.
Só a ampliação e melhoria do tratamento de esgotos em Santa Cruz deve ter R$ 40 milhões investidos pela Corsan. Ao todo,
conforme Kotzian, o projeto deve se estender ao longo de 12 anos. Os recursos, além de órgãos do Estado, devem vir de
prefeituras, fundos de pesquisa e outras fontes. A parte prática começará depois do final de 2007, quando o PERH deverá estar
consolidado e submetido como projeto de lei à Assembléia Legislativa.
(
Gazeta do Sul, 22/03/2007)