Os representantes do setor agrícola gaúcho aprovaram, ontem (21/3), a ação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao sancionar a medida provisória 327, que reduz o quórum da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) exigido para a liberação comercial de sementes geneticamente modificadas. O presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, que se encontra em Montevidéu, gostou da notícia. 'O presidente da República atende a um anseio nacional', avaliou o dirigente ao destacar que a Comissão não aprovou um projeto sequer no último ano. Para Sperotto, a liberação pode ser positiva para o desenvolvimento do projeto nacional de produção de biodiesel, inclusive.

O presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro), Rui Polidoro Pinto, acredita que a medida aumente a possibilidade de aprovar a liberação comercial de milho transgênico. 'A decisão do presidente Lula favorece as propostas que tramitam na CTNBio', destacou. Apesar de não contar que a possível liberação do milho geneticamente modificado possa alterar a produção no Estado, Polidoro acredita na redução de custos, com a possibilidade de formação de lavouras mais econômicas e, até mesmo, possa resultar no aumento de área plantada.

'Era uma decisão aguardada pelo setor', festejou o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), Elton Weber, para quem a decisão é um avanço. 'Espera-se que a questão dos transgênicos, agora, não seja tratados só na esfera política e ideológica. Mas que volte à pauta para ser avaliada pela visão da ciência e da pesquisa', salientou o dirigente. Para Weber, a possível liberação do milho, na reunião da CTNBio em Brasília, hoje, poderá ter reflexos na produção gaúcha. O deputado Darcísio Perondi comemorou: 'Projetos em prol da agricultura e da medicina vão fluir'.
(Correio do Povo, 22/03/2007)
http://www.correiodopovo.com.br/jornal/A112/N173/html/22SETOR9.htm