Novas construções em Porto Alegre apostam na preservação da água
2007-03-22
Poluição, desperdício, mau uso. Essas palavras podem resumir a péssima utilização que a maioria dos brasileiros faz de um dos
seus bens mais preciosos: a água, que tem seu dia mundial comemorado hoje (22/3). Algumas iniciativas, no entanto, mostram
que estamos engatinhando para uma maior conscientização da importância da preservação. Entre essas novidades, que
possivelmente influenciarão as novas construções, estão edifícios capazes de captar a água da chuva e reutilizá-la, não só
nos banheiros, mas também nas áreas do condomínio - como para lavar carros, limpar calçadas e regar jardins.
Duas construções em Porto Alegre deixam clara esta nova tendência. No Edifício Eolis, um projeto da Auxiliadora Predial
localizado na Carlos Gomes, os pisos exteriores são vazados e conectados aos reservatórios que abastecem as salas comerciais.
A água da chuva serve para pias, vasos sanitários e limpeza em geral. O prédio também utiliza turbina eólica para produzir
energia, que além de ser ecologicamente correta deve proporcionar uma economia de cerca de 50% na conta de luz.
O Escritório de Engenharia Joal Teitelbaum lançou neste mês o projeto do primeiro prédio residencial de Porto Alegre que
utilizará esse tipo de tecnologia. O sucesso foi tanto que, antes mesmo do início da construção, 30% das 52 unidades já foram
comercializadas. "Fizemos uma grande pesquisa fora do Brasil para a concepção deste projeto. Pretendemos reduzir o gasto
mensal de água em 70%", destacou o diretor de Qualidade e Relacionamento de Clientes, Cláudio Teitelbaum. A idéia é utilizar
a água da chuva já durante a obra, como, por exemplo, para preparar o concreto e a argamassa.
A idéia de preservação, felizmente, extrapola o setor privado e chega às instituições públicas. Um desses exemplos é a Câmara
de Vereadores de Novo Hamburgo, que aprovou na semana passada uma resolução prevendo o armazenamento da água da chuva em
cisternas. É a primeira Câmara de Vereadores do Brasil a adotar a medida. "Queremos dar o exemplo e mostrar que este tipo de
iniciativa pode dar certo", explicou o autor do projeto, Cleonir Bassani (PSDB). Após a conclusão da cisterna, o recurso
captado será utilizado para limpeza. "A conscientização deve ser gradativa. O uso desse material em banheiros ainda é pouco
aceito, mas nada impede que seja implementado daqui algum tempo", explicou.
(Por Izadora Carvalho, Jornal do Comércio, 22/03/2007)
http://jcrs.uol.com.br/noticias.aspx?pCodigoNoticia=4129&pCodigoArea=36