Camponeses rejeitam projeto de represas no Rio Madeira
2007-03-22
Várias comunidades ribeirinhas e organizações camponesas do Brasil, Bolívia e Peru decidiram se unir para impedir que o governo brasileiro construa duas represas no rio Madeira, na Amazônia, assinalou ontem (21/2), uma organização defensora do ecossistema.
Segundo a entidade privada Fórum Boliviano sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Fobomade), a declaração "em defesa da bacia do Madeira e da região amazônica" foi assinada este mês por organizações de Rondônia e dos departamentos (estados) de Pando (Bolívia) e Madre de Dios (Peru).
O plano brasileiro contempla a construção das hidroelétricas Jirau e Santo Antônio na região junto ao rio Madeira, cujo curso serve de limite natural entre Brasil e a região norte da Bolívia.
O governo boliviano expressou em várias ocasiões ao brasileiro sua preocupação pelo impacto negativo que poderia ter no meio ambiente o citado projeto.
A declaração assinada por moradores ribeirinhos de ambos os países, que contam com a solidariedade dos peruanos, denuncia que a instalação das represas "degradará" o modo de vida dos aldeões e provocará a "degeneração acelerada" das economias locais.
"Nenhum desenvolvimento se obtém com a supressão das potencialidades e dos protagonismos locais", ressalta um comunicado divulgado na quarta-feira pela Fobomade.
De acordo com os denunciantes, o Brasil "maquia" os dados relativos à poluição, à expansão potencial dos focos de malária e às áreas potencialmente inundáveis da área.
Por isso, exigem a anulação do processo de concessão de licenças para a construção das hidroelétricas de Jirau e Santo Antonio.
(O Estado de S. Paulo, 22/03/2007)
http://www.estadao.com.br/ciencia/noticias/2007/mar/22/13.htm