Freqüente em terrenos baldios das grandes cidades, a mamona se apresenta como alternativa para os pequenos agricultores da
Zona Sul do Estado.
Para atender às necessidades de três usinas de biodiesel instaladas no Estado, eles pretendem cultivar a planta em uma área
até três vezes maior do que a atual, até o final de 2007.
- A mamona tem custo muito baixo. O resultado por hectare colhido pode ser de até R$ 1,2 mil - diz André Santos, coordenador
do projeto de bioenergia da União das Associações Comunitárias do Interior de Canguçu (Unaic).
Ontem à tarde (21/3), a Unaic promoveu um dia de campo para discutir a viabilidade técnica do cultivo no sul do Estado. A meta é
triplicar a área, atendendo à demanda das usinas. A primeira safra, plantada em setembro, começa a ser colhida neste
mês.
No Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a iniciativa da Unaic conta com total apoio. Segundo Arnoldo de Campos,
coordenador do Programa de Biodiesel do governo federal, o projeto foi elaborado para abranger tanto o grande produtor rural
como o pequeno.
- Criar alternativas à agricultura familiar sem competir com a lavoura de subsistência era um das prerrogativas do programa -
argumenta Campos.
Para Geraldo Pegoraro, diretor da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), a adesão do agricultor ao projeto do
biodiesel é importante, desde que seja mantida a sustentabilidade das propriedades.
O cultivo
> Lavoura: plantio em setembro e colheita a partir de março
> Produtividade: entre mil e 3 mil quilos por hectares
> Mão-de-obra: capina e adubação, manual ou com tração animal
> Área atual na Zona Sul: 2 mil hectares, com estimativa de 6 mil hectares para 2007
> Estimativa para 2007 no Estado: 60 mil hectares
O biodiesel
> Culturas: mamona, girassol, soja e canola
> Três empresas estão instaladas: em Rosário do Sul, Veranópolis e Passo Fundo. Mais uma empresa pode se instalar em
Cachoeira do Sul
(Por Eduardo Cecconi,
Zero Hora, 22/03/2007)