A construção da ciclofaixa da rua Andrade Neves, no centro da cidade, está temporariamente suspensa. O trabalho de sinalização da via específica para ciclistas no trecho entre a rua Doutor Amarante e a avenida Dom Joaquim deveria começar hoje (21/3), mas só será realizado depois de uma ampla discussão com a comunidade. Até o final dessa semana moradores da rua deverão ser convidados a participar de uma audiência na Secretaria de Segurança, Transportes e Trânsito (SSTT) para debater o assunto, esclarecer dúvidas e apresentar propostas ao projeto.

O titular da SSTT, Jacques Reydams, diz que a prorrogação do início da obra foi motivado pelas manifestações dos moradores das quadras atingidas, que chegaram a organizar um abaixo-assinado contra a ciclofaixa. “Queremos que o processo seja mais harmônico na sociedade”, disse.

Hoje a SSTT deverá tornar público um documento montado em parceria com as universidades e entidades ligadas ao trânsito e aos ciclistas para tentar sensibilizar a comunidade sobre a necessidade e a importância da obra. Conforme Reydams, uma pesquisa feita pela SSTT indica que 80% da população pelotense aprova a construção de ciclofaixas na cidade.

Para o presidente do Movimento dos Usuários de Bicicleta de Pelotas, Horário Severi, a resistência dos moradores da rua parece injustificada. “Não devera haver maiores problemas, pelo contrário, muitos serão resolvidos com a ciclofaixa”, disse. Entre as questões a serem resolvidas pela obra, Severi cita o excesso de velocidade na Andrade Neves, a possibilidade de acesso rápido e seguro para os ciclistas que fazem o trajeto Centro-Zona Norte e sua saída da General Osório. Dados do movimento mostram que atualmente aproximadamente 20 mil pelotenses usam a bicicleta como meio de transporte. “É preciso colocar os interesses coletivos acima das vontades particulares”, afirmou.

Entenda o caso
- Na semana passada moradores da rua Andrade Neves deram início a um abaixo-assinado contra a construção de uma ciclofaixa no trecho entre a rua Doutor Amarante a avenida Dom Joaquim. A comunidade elaborou um documento com 11 razões contrárias à obra. O maior motivo de queixas é o estreitamento da via, que ganhará três áreas especiais de 1,90 metro cada uma - uma para as bicicletas e duas para estacionamento.

- Com 1,3 quilômetro de extensão a ciclofaixa, que será delimitada do lado par da rua, tem como objetivo deslocar o trânsito de ciclistas da rua General Osório, uma das mais movimentadas da cidade e um importante corredor de ônibus entre o Centro e a Zona Norte. A obra está orçada em R$ 20 mil.
(Diário Popular, 21/03/2007)
http://www.diariopopular.com.br/21_03_07/p0701.html