A concessionária AES Sul investirá em sistemas fotovoltaicos (geração de energia usando o sol como fonte) para levar eletricidade a consumidores localizados longe da rede de distribuição. Essa ação contribuirá para que a empresa conclua até o final de 2007 suas metas dentro do programa Luz Para Todos, do governo federal, que tem como objetivo levar energia ao meio rural.

O diretor-geral da AES Sul, Roberto Di Nardo, relata que a nova tecnologia deve ser empregada para atender a pessoas localizadas principalmente nas regiões Central e Fronteira Oeste do Estado. As células fotovoltaicas evitarão que seja necessário estender as linhas de distribuição até comunidades muito isoladas. Atualmente, a AES Sul, que atende a 118 municípios gaúchos, possui 53.417 quilômetros de rede de distribuição. A finalização do Luz Para Todos implicará o aumento de 25% da sua rede.

"Solicitaremos que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) inclua esse custo extra na revisão tarifária do próximo ano", revela Di Nardo.

Para 2007, a projeção de investimentos da AES Sul é de R$ 144,83 milhões e em abril a Aneel deve divulgar o reajuste tarifário da empresa neste ano. Di Nardo foi um dos diretores das empresas componentes do Grupo AES que esteve presente durante a palestra Conjuntura & Estratégia realizada ontem em São Paulo.

Durante o evento, o presidente do Grupo AES no Brasil, Eduardo José Bernini, anunciou que a previsão de investimentos das sete empresas controladas no País pelo grupo (individualmente ou em sociedade com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - Bndes) para este ano é de R$ 651 milhões. As companhias do grupo são: AES Sul, AES Uruguaiana, AES Eletropaulo, AES Com Rio de Janeiro, AES Eletropaulo Telecom, AES Tietê e AES Infoenergy. Todas essas companhias, com exceção da AES Sul que é totalmente controlada pela AES, integram a holding Cia. Brasiliana de Energia formada pela AES Corp. que detém 50,01% do controle e pelo Bndes com 49,99%.

As empresas gaúchas do grupo, AES Sul e AES Uruguaiana, registraram no ano passado um lucro líquido de, respectivamente, R$ 63,9 milhões e R$ 80,6 milhões. O resultado da térmica que é abastecida com gás natural argentino, apesar de ser superior ao da distribuidora, foi 39,5% inferior ao desempenho verificado pela usina em 2005. O principal fator de impacto nos resultados da AES Uruguaiana foi a redução do fornecimento de gás natural determinado pelo governo argentino, o que impediu a produção normal da usina e a obrigou a adquirir energia por meio de contratos bilaterais a fim de honrar compromissos contratuais. A AES Uruguaiana deve investir neste ano em torno de R$ 36 milhões, sendo que o principal foco desse investimento é a aquisição de peças para manutenção de turbinas.
(Jornal do Comércio, 21/03/2007)
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