No transcorrer do Dia Mundial de Florestas, convocado para esta quarta-feira (21/03) pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO, em inglês), grupos ambientalistas solicitaram maior rapidez na tramitação do projeto legal que busca proteger o bosque nativo do Chile e criticaram a excessiva lentidão do Parlamento.
A diretora do Programa Chile Sustentável, Sara Larraín, disse que "se der urgência de tramitação, a presidente Bachelet tem a oportunidade de impulsionar agora a lei que protege o Bosque Nativo. Além de pôr um fim ao escândalo de 15 anos de atraso, geraria um apoio imediato aos agricultores e camponeses que vivem em bosque nativo e os motivaria a manejar e proteger os bosques, o que é bom para o meio ambiente e suaviza a mudança climática".
A coordenadora nacional de Ecosistemas, Flavia Liberona, criticou que "até agora, Chile tem sido incapaz de manejar e proteger adequadamente seus recursos florestais. Ao se celebrar um novo dia Mundial de Florestas exigimos do governo e aos parlamentares que de uma vez por todas provem a lei de proteção aos Bosque Nativo, primeiro e fundamental passo para avançar nesta matéria".
"O projeto de lei de bosque foi discutido no Congresso durante 15 anos. Continua sem condições de ser apresentado, ainda que não saia fumaça branca nesta matéria, em que pesem os esforços de múltiplos setores durante o ano passado para se chegar a um consenso sobre a lei", afirmou a ecologista, que lembrou que "este dia nos recorda a importância dos bosques e da atividade florestal para o mundo e para o futuro da humanidade". O recente informe do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) estabelece claramente a relação direta entre desmatamento e aquecimento global.
Em 1971, os Estados membros da FAO aceitaram a celebração do Dia Mundial de Florestas em 11 de março, primeiro dia do outono no hemisfério sul e o primeiro dia da primavera no hemisfério norte, para poder imprimir-lhe um caráter simultâneo no planeta.
A data foi antecedida pelo informe "O estado dos bosques do planeta", divulgado semana passada pela FAO, no qual estabeleceu que entre 2000 e 2005, a perda de bosques nativos cresceu 7.3 milhões de hectares por ano, ou 200.000 por dia, o dobro da superfície da cidade de Paris. América Latina e Caribe, juntas, é a região que, depois da África perdeu a maior superfície de florestas do mundo.
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Adital, com informações do Programa Chile Sustentable, 20/03/2007)