Em reunião realizada na segunda-feira (19/03), o presidente da companhia de saneamento e abastecimento de água de São Paulo, a Sabesp, Gesner José de Oliveira Filho, recebeu, naquela capital, um grupo de representantes de organizações não-governamentais para propor a construção de um diálogo para uma nova política ambiental da empresa, a maior de seu gênero em São Paulo. Esta política pretende colocar em prática diretrizes do código de ética e conduta da empresa, entre elas a da sustentabilidade dos processos de produção.
A atuação da Sabesp com a área ambiental promete dar uma guinada sob a gestão de Oliveira Filho. Em reunião realizada hoje com ONGs, o presidente afirmou que a empresa terá uma nova política ambiental, tendo como base os ciclos de produção da Sabesp. Para esta política dar certo, a empresa passará a ouvir e contar com canais de troca de informação com setores da sociedade, como as entidades da sociedade civil e o Ministério Público.
Entre as ações apresentadas pelo presidente da Sabesp está a meta de obter, até 2010, o certificado de ISO 14001. A meta traz conseqüências práticas, uma vez que este certificado prevê a instalação de Sistema de Gestão Ambiental e atesta a responsabilidade ambiental no desenvolvimento das atividades da empresa. Além disso, a Sabesp passa por uma reestruturação de suas superintendências e diretorias, para contemplar de forma mais ampla a responsabilidade ambiental. Outras ações que estão em andamento são a criação de um canal de discussão no site da empresa e a participação da companhia nos comitês de bacia.
Nos próximos dias, o governo do estado e prefeitura de São Paulo apresentarão um conjunto de medidas para reverter o grave quadro de degradação da região da Guarapiranga, na zona sul de São Paulo. Entre estas ações, está um plano de investimentos da Sabesp para diminuir o despejo de esgoto na represa. Estas ações fazem parte das recomendações constantes na Carta da Guarapiranga, citada pelo presidente da Sabesp, e que é um dos produtos do Seminário Guarapiranga 2006.
As principais reivindicações das ONGs presentes dizem respeito à falta de transparência na divulgação de informações sobre qualidade da água e desenvolvimento de ações em parceria. De acordo com Marussia Whately, do Instituto Socioambiental (ISA), a Sabesp deveria apresentar mais informações sobre a qualidade da água dos mananciais, e fazer disso um elemento mobilizador da sociedade em diferentes pontos do Estado.
Foi levantada ainda a necessidade de intervenções na Guarapiranga e de continuidade da participação da Sabesp nas ações resultantes do Seminário Guarapiranga 2006. Marussia ainda reforçou a importância do Sistema Cantareira, e a necessidade da Sabesp realizar medidas para reverter a situação da represa Paiva Castro, que já apresenta sérios riscos de contaminação por esgotos. Em resposta, o presidente da Sabesp prometeu: “A Cantareira não será a Guarapiranga de amanhã”.
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ISA, 19/03/2007)