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2007-03-20
O relatório do governo brasileiro contendo estratégias de combate à desertificação, apresentado no dia 16 de março em Buenos Aires, foi recebido com muito interesse por representantes dos 70 países que acompanharam o evento. A apresentação integrou a programação da 5ª Sessão do Cric (Comitê de Revisão da Implementação da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação), realizada desde o dia 12 em um centro de convenções montado nas dependências da Sociedade Rural Argentina.

A delegação angolana se manifestou favoravelmente. Segundo seus representantes, Angola havia realizado uma pesquisa extensa em programas de combate à desertificação de países do mundo todo, com a finalidade de adotar um que atendesse suas necessidades. É na África, onde se localiza Angola, que a desertificação provoca mais pobreza e riscos de mortalidade em massa no futuro, em decorrência da falta de alimentos e água.

No entanto, o relatório do programa brasileiro foi o que mais contemplou os anseios dos representantes angolanos. Eles afirmaram que vão se basear na experiência brasileira para montar sua própria estratégia de combate ao fenômeno. Estarão, assim, respaldados por um documento elaborado durante três anos sob coordenação do Ministério do Meio Ambiente do Brasil. O Uruguai também elogiou o trabalho, considerando que o Brasil ocupa uma função estratégica no combate à desertificação no âmbito do Mercosul.

A apresentação brasileira foi coordenada pelo consultor responsável pelo relatório, Silvio Santana, da Fundação Grupo Esquel Brasil. A mesa esteve composta, ainda, pelo embaixador do Brasil na Argentina, Mauro Vieira; do secretário de Recursos Hídricos do MMA, João Bosco Senra; deputados federais Edson Duarte e José Francisco Paes Landim, além do chefe da delegação alemã, Ralf Wirwinski, e de Gertjan Beekman, do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

O relatório, oficialmente chamado de Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação (PAN), foi elaborado por diferentes ministérios, governos estaduais, organizações não-governamentais, universidades e empresas. "Nos últimos quatro anos tivemos uma grande atenção das autoridades brasileiras", afirma o consultor Silvio Santana. "A política social do atual governo coincide com as metas de combate à desertificação, como, por exemplo, redução da pobreza, da fome e da desigualdade social, além de manter as populações em seus locais de origem", diz.

De acordo com Santana, outros países se impressionaram ao perceber que os esforços pela elaboração do relatório no Brasil reuniu diferentes segmentos do governo e da sociedade. Ele defende a integração como fator fundamental, lembrando que somente o Grupo de Trabalho da Articulação do Semi-Árido possui mais de mil entidades, inclusive igrejas e sindicatos. "Nenhum outro país constituiu um grupo de trabalho parlamentar de combate à desertificação. O Brasil está dando um exemplo", afirma Silvio Santana. Os trabalhos do Brasil e de países de todos os continenetes no Cric continuam na capital argentina até amanhã (21/3).
(Por Rafael Imolene, Ministério do Meio Ambiente, 19/03/2007)
http://www.mma.gov.br/ascom/ultimas/index.cfm?id=3205

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