Estado lança Programa RS Energia para estimular investimentos no setor
2007-03-20
Promover o desenvolvimento de sua economia e contribuir para o crescimento sustentável
mundial é o objetivo do governo do estado ao lançar, nesta quarta-feira (21/3), às 15
horas, no Palácio Piratini, pela governadora Yeda Crusius, o Programa RS Energia para
Investidores, buscando atrair investidores nacionais e internacionais, a partir de
pressupostos afinados com a Agenda Elétrica Sustentável 2020.
O programa, que se chama também RS Energy for investors, busca a auto-suficiência em sua
matriz energética, dando ênfase aos potenciais energéticos do estado, ampliando a
participação de fontes alternativas renováveis de energia. A construção de um setor
elétrico eficiente, seguro e competitivo, por meio do aproveitamento das fontes limpas de
geração de energia, demonstra a preocupação do governo em investir no desenvolvimento sem
descuidar da qualidade de vida de sua população.
Infra-estrutura
Essa realidade, associada às boas condições de infra-estrutura, aos programas oferecidos
pelo governo estadual e ao capital intelectual dos centros tecnológicos, torna o Rio
Grande do Sul um pólo de atração de investimentos nacionais e internacionais, onde se
destaca a energia. É a excelência do produto gaúcho conquistando os mercados nacional e
internacional. A proposta é tornar o Rio Grande do Sul uma referência na produção de
energias sustentáveis, construindo um sistema energético competitivo e eficiente,
alinhado ao grande desafio mundial de sustentabilidade econômica ambiental.
Para os investidores, além de um tratamento customizado, o programa proporciona redução
de impostos e incentivos diferenciados, incluindo a compra de máquinas e equipamentos
fabricados no Estado, conhecidas por oferecerem alto conteúdo tecnológico. O potencial de
demanda em investimentos no Estado, considerando as diferentes fontes energéticas e
visando à auto-suficiência, é de US$ 4 bilhões até 2015. São empreendimentos de pequeno a
grande porte de produção de energia, com foco principal nas energias renováveis,
alinhados aos mecanismos de desenvolvimento sustentável e às exigências de promoção de
energias limpas decorrentes do protocolo de Kyoto, como biomassa, biocombustíveis, eólica
e solar, entre outras fontes.
Coordenação
A coordenação do programa é feita pela CaixaRS – Agência de Fomento do Governo do Estado
do Rio Grande do Sul, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento e dos Assuntos
Internacionais, responsável pela identificação e pré-seleção dos projetos, pela promoção
de meeting de investidores, além de participar dos processos de captação de recursos
nacionais e internacionais.
Oferece ainda incentivos às empresas, nacionais e estrangeiras, que quiserem fazer parte
do projeto que vai tornar o Rio Grande do Sul referência na geração de energias de fontes
diversificadas. Com infra-estrutura viária, acessos e logística, um parque industrial com
possibilidades de fornecer equipamentos e mão-de-obra qualificada, o estado tem recebido
constantes investimentos e reforços no sistema energético.
Diferenciado
A idéia é proporcionar um programa de incentivos diferenciados para o desenvolvimento do
setor de energia. Haverá diferenciação na cobrança de tributos e redução de impostos na
aquisição de equipamentos, agilidade na concessão de licenciamentos ambientais e criação
de incentivos para inovação tecnológica na cadeia produtiva.
O apoio do governo gaúcho abrange ainda a área de financiamento, para o qual a CaixaRS -
Agência de Fomento do Governo do Estado do Rio Grande do Sul - vai buscar linhas de
fomento e financiamento nacionais e internacionais.
Para consolidar o projeto de auto-suficiência na geração de energia, a CaixaRS oferece um
banco de dados privilegiado que estará disponível aos potenciais investidores. O estudo
contempla, entre outras informações estratégicas, dados sobre o perfil da matriz
energética do Estado, potencial de crescimento de demanda, em suas diferentes fontes e
formas, além do mapeamento dos centros de consumo.
Perfil
Também farão parte deste banco informações referentes à situação atual nacional e
estadual de energia, o perfil de consumo e de oferta por tipo de energia, o mapeamento do
potencial interno por tipo de energia e projetos implantados no Estado. O desenvolvimento
continuado também é parte integrante do RS Energia para Investidores. Por isso, será
montada uma rede entre os centros e universidades atuantes na pesquisa energética e
oferecida aos investidores a relação das entidades tecnológicas públicas e privadas
atuantes no setor.
Na área de legislação, os investidores terão acesso às bases legais do ponto de vista
ambiental, bem como as regras do setor elétrico nacional, o programa nacional de
biodiesel e de outros combustíveis e insumos energéticos. O Rio Grande do Sul tem uma
capacidade instalada de 4.735 MW, sendo 63% hídrica, 11% carvão, 16,9% gás natural e 6,2%
de fontes alternativas (biomassa, eólica e através de Pequenas Centrais Hidroelétricas –
PCHs e Pequenas Centrais Termoelétricas - PCTs).
Auto-suficiência
Hoje, 70% da energia consumida pelos gaúchos é produzida em seu território. Para buscar a
auto-suficiência na geração é necessário agregar mais 4500 MW ao parque gerador gaúcho
até o ano de 2015, considerando-se um crescimento do consumo de 3,5% ao ano. Esses
números comprovam que os investimentos em produção de energia são altamente promissores e
com retorno garantido.
Atualmente, os derivados de petróleo representam 58,5% da demanda total de energia, 17,3%
são provenientes da lenha e derivados da biomassa, 11,7% da eletricidade e 5,2% do carvão
mineral energético. Além deles, o gás natural apresentou um expressivo acréscimo de
participação na matriz energética gaúcha, passando de 0,7% em 2000 para 5,2% em
2005.
Usinas
O potencial energético do RS contempla o aproveitamento de pequenas quedas d'água -
Pequenas Centrais Hidroelétricas - e a utilização de resíduos agrícolas e florestais em
Pequenas Centrais Termoelétricas, como por exemplo, lenha, resíduos de serrarias e casca
de arroz . O Estado é o maior produtor de arroz irrigado do Brasil. O Rio Grande do Sul
deve se tornar no curto prazo o segundo pólo florestal-industrial brasileiro, o que
potencializa a atração de investimentos para a obtenção de energia a partir dos resíduos
das florestas.
Em solo gaúcho também há capacidade de produção de combustíveis líquidos, como biodiesel
e álcool etílico. Já estão sendo implantadas quatro usinas que irão gerar 400 milhões de
litros anuais de biodiesel. O plantio de cana-de-açúcar e a implantação de usinas de
etanol são também incentivos a serem considerados.
Produção
O biodiesel pode ser fabricado a partir de gordura animal ou óleo vegetal, onde é
importante destacar que o RS é o segundo maior produtor de soja do país. A mais nova
aposta deste último é o sebo bovino vindo dos frigoríficos, setor onde os gaúchos têm
tradição de larga produção. Há possibilidade ainda de investimentos na geração de energia
elétrica em grande escala através de hidroelétricas e a termoelétricas com a utilização
de carvão mineral, onde o RS possui 89% das reservas do Brasil, além de energia solar
fotovoltaica e eólica.
A mais recente novidade na matriz energética estadual é o ingresso da energia eólica,
através do Parque Eólico de Osório, com 75 aerogeradores e potência instalada de 150 MW,
constituindo o maior parque eólico da América Latina. Cabe ressaltar que o potencial
eólico do RS, em terra firme, com ventos medidos a uma altura de 50m, é de 15.840MW – 11%
do potencial energético brasileiro. A busca por uma imagem de energia elétrica limpa não
é mera figura de retórica: é um firme compromisso, pois não existe nenhuma segurança
energética real se não existir um meio ambiente estável e seguro.
Instituições
O desenvolvimento continuado é parte integrante do programa RS Energia para Investidores.
Para isso, a Caixa RS – Agência de Fomento - vai articular a criação de uma rede entre os
centros de pesquisa e universidades que estudam o setor energético. O objetivo é ter
tecnologias de ponta e mão-de-obra altamente qualificada disponíveis, melhorando o
aproveitamento de recursos.
No Rio Grande do Sul, a pesquisa na área de energia está disseminada em diversas
universidades e institutos públicos e privados, com destaque para a Fundação de Ciência e
Tecnologia (Cientec), vinculada à Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS) e Universidade Federal de Pelotas (UFPEL).
Referência
A Faculdade de Engenharia da PUCRS construiu um túnel de vento para medições eólicas,
tendo investido cerca de US$ 500 mil na construção do equipamento e pretende tornar-se
referência brasileira em pesquisa nesta modalidade de energia, assim como já é na área de
energia solar fotovoltaica, onde possui um convênio com órgãos do governo federal e
estadual. Quanto ao biodiesel, a mais nova aposta é o sebo bovino vindo dos frigoríficos.
A transformação está sendo testada na usina piloto de biodiesel da Ufpel Já a Cientec
realiza parcerias para disseminação da cultura de fontes alternativas, como a produção de
energia através da queima de casca de arroz, onde já foram assinados convênios com
empresas arrozeiras do Estado.
O aproveitamento das fontes limpas de geração de energia demonstra a preocupação de um
Estado que busca o desenvolvimento sem abrir mão de sua elevada qualidade de vida. Líder
no Brasil em educação, o Rio Grande do Sul é reconhecido pela qualidade da formação de
sua mão-de-obra, resultado do permanente investimento em tecnologia, pesquisa e
capacitação profissional.
(Assessoria de Comunicação do Governo do Estado, 19/03/2007)
http://www.rs.gov.br/