As atividades da Semana Nacional da Água, iniciada no último dia 15/3, visarão à conscientização das comunidades para maior participação no processo de preservação dos recursos hídricos.

Realizada pela organização não-governamental Cáritas Brasileira, em parceria com o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a Comissão Pastoral da Terra, entre outros, a Semana será encerrada na quinta-feira, quando se comemora o Dia Mundial da Água.

Para o assessor do Programa de Convivência com o Semi-árido da Cáritas Brasileira, Luiz Cláudio Mandela, não basta que os órgãos públicos trabalhem na gestão das bacias hidrográficas. “Cada uma é formada por microbacias e elas estão bem mais próximas das comunidades. Então, é preciso, que essas comunidades também participem do processo", avaliou.

Até o final do mês, estão programadas oficinas, mutirões e debates com as comunidades em todos os estados, com destaque para os das regiões Norte e Nordeste. No município de Ouro Branco (AL), a água é tema também de rodas de leitura, além dos mutirões para o plantio de mudas nativas. A coordenadora do Programa de Convivência com o Semi-árido no estado, Maria Aparecida Mafra, informou que na quinta-feira os alunos de cinco escolas da zona rural farão o plantio. "É preciso refletir sobre o assunto, mas também agir para tentar mudar essa situação”, disse.

Mafra explicou que o município está passando por um processo de desertificação por conta do desmatamento, criação de animais de grande porte e plantio de algodão: “A terra está tão degradada que não consegue produzir mais se não for com produtos químicos. Então, a perspectiva é a de conscientizar cada vez mais a população, principalmente os agricultores. Todos devem ser conscientizados de que na região existem alternativas mais viáveis, econômicas e sustentáveis ”.

Outros estados, como Pernambuco, Paraíba e Ceará, também têm desenvolvido atividades especificas para a Semana da Água. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), se nada for feito em 20 anos, 70% da população mundial ficarão sem acesso à agua.
(Por Monique Maia, Agência Brasil, 19/03/2007)
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