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2007-03-20
As alterações climáticas, como as chuvas mais intensas e persistentes na América do Sul, obrigam os países a fortalecerem a prevenção de doenças como a dengue, que desta vez afetou o Paraguai com sua variedade mais perigosa, a febre hemorrágica. "O aquecimento global aumenta o risco futuro de epidemias", disse o entomologista Anthony Erico Guimarães, pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz, o mais importante centro de estudos e desenvolvimento de remédios contra doenças tropicais do Brasil. O aumento da temperatura global "influi diretamente na expansão da dengue ao alterar a freqüência das chuvas", explicou.

O médico Franklin Alcaraz del Castillo, diretor do Centro Latino-americano de Pesquisa Científica da Bolívia, disse que as imensas lagoas criadas nos últimos três meses pelas chuvas na Amazônia boliviana "alimentam a reprodução do mosquito" transmissor da dengue. Está é uma enfermidade viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que é contaminado ao absorver o sangue de uma pessoa infectada e provoca o contágio quando pica outra sã. Os sintomas são febre, dores de cabeça e muscular. O tipo hemorrágico também provoca fortes dores de estomago, náuseas, sangramento da pele e das mucosas.

Além disso, o aquecimento global acelera o desenvolvimento do vírus, amplia a zona de influência do mosquito e sua capacidade de adaptar-se a temperaturas mais frias, disse à IPS o cientista argentino Osvaldo Canziani, integrante do Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre Mudança Climática das Nações Unidas. Por isso é importante manter a prevenção, mesmo quando o termômetro indicar apenas 15ºC, ressaltou. Existe consenso científico de que o clima do planeta está aquecendo devido em parte a atividades humanas, que aumentam a emissão de gases causadores do efeito estufa, por exemplo, a queima de gás, carvão e petróleo.

Na Bolívia, há cerca de 40 mil famílias evacuadas por causa das inundações nos departamentos de Santa Cruz e Beni, que também são os mais afetados pela dengue. "Esta situação, a pobreza e a falta de conhecimento para defender-se do mosquito fazem com que a doença se propague", acrescentou Alcaraz. No momento, foram registrados 2.800 casos de dengue nesse país, segundo informou na quinta-feira a Unidade Nacional de Epidemiologia da Bolívia, e o especialista alertou para a necessidade de desinfetar com fumaça as zonas mais vulneráveis e se preparar para outros males associados à inundação, como malária, febre amarela e tétano.

No Brasil, foram registrados 79.732 mil casos entre janeiro e fevereiro deste ano, quase 30% a mais do que em igual período de 2006. Metade deles ocorreu no Mato Grosso do Sul, que faz limite com a Bolívia e o Paraguai. A variante hemorrágica afetou 55 pessoas, das quais seis morreram. "No Brasil a população está mobilizada para eliminar os focos", os recipientes com água parada onde os mosquitos se reproduzem", disse Guimarães. No Paraguai, epicentro do foco sul-americano, as autoridades registraram cerca de 20 mil casos e 12 mortes. Entretanto, médicos desse país suspeitam que o subregistro é enorme.

Uruguai e Canadá são os únicos países da América livres da dengue autóctone. Os mosquitos transmissores são "extremamente sensíveis à mudança climática", disse no começo do mês o ministro argentino da Saúde, Ginés González García. "Os ventos, a temperatura e o regime pluvial são fatores decisivos para a sua propagação", advertiu em uma viagem à fronteira com o Paraguai. O médico Alfredo Siejo, encarregado da unidade de dengue do Hospital Muniz, de Buenos Aires, especializado em enfermidades infecciosas, destacou que os focos de dengue coincidem com o momento de maior intensidade do El Niño, fenômeno climático periódico associado a flutuações da pressão atmosférica e da temperatura da superfície do Oceano Pacífico, que este ano afetou principalmente a Bolívia.

Desde a década de 70, na medida em que aumentava a temperatura global devido à mudança climática, as tempestades, chuvas e outros fenômenos extremos associados ao El Niño se tornaram mais freqüentes, intensos e persistentes, afirmam especialistas. Existe risco de as alterações climáticas ampliarem a distribuição geográfica de doenças como dengue, malária, leishmaniose, mal de Chagas, e, ainda, que se prolongue a estação na qual os agentes transmissores dessas doenças se reproduzem.
(Adital, 19/03/2007)

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