(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2007-03-20
O anunciado corte de 33% no orçamento do Ministério do Meio Ambiente (MMA) para 2007 já é motivo de polêmica entre o governo federal e as organizações do movimento socioambientalista. Enquanto estas últimas criticam o contingenciamento e denunciam aquilo que qualificam como desprezo do Palácio do Planalto pelas questões ambientais, a cúpula do MMA afirma que o cálculo apresentado pelos críticos foi feito de maneira apressada e que, na prática, 2007 é o exercício com “a melhor arrancada” orçamentária do ministério desde o início do governo Lula.

De acordo com o previsto na Lei Orçamentária, a verba para cobrir despesas de custeio e investimentos do MMA para este ano seria de R$ 651 milhões. Com o contingenciamento de R$ 212,7 milhões anunciado pelo Ministério do Planejamento, o montante caiu para cerca de R$ 438 milhões, o que representa uma diminuição em relação ao orçamento do ministério em 2006 (R$ 454 milhões) e 2005 (R$ 482 milhões). Se levada em consideração apenas a verba que deveria ser destinada aos novos investimentos em 2007, houve uma queda dos R$ 70,1 milhões previstos para R$ 36,8 milhões, o que representa um corte de quase 50%.

“O contingenciamento de um terço do orçamento total e de metade dos investimentos do MMA foi o maior corte proporcional entre os ministérios. Isso contradiz o discurso do governo, que afirma que as questões ambientais serão tratadas como políticas de máxima importância”, afirma Temístocles Marcelos, que é secretário-executivo do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável (FBOMS). Em nota pública divulgada no início de março, o FBOMS avalia que o contingenciamento de parte das verbas do ministério não vem em boa hora, pois vivemos “um momento em que o setor ambiental e o licenciamento ambiental vêm sofrendo claras ameaças no sentido de uma pressão para flexibilizar a legislação ambiental para permitir grandes obras de infra-estrutura sem garantir a seriedade dos estudos de impacto e a participação social na tomada de decisões”.

Temístocles ressalta que, em função do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o governo deveria “reforçar a dimensão ambiental” do Orçamento da União: “As obras previstas no PAC trarão impacto social e ambiental, mas, ao invés de pensar em maiores políticas publicas para o setor ambiental e em fortalecer o MMA e o Ibama para cumprirem o seu papel legal, o governo continua privilegiando uma política de desenvolvimento que não se preocupa com a sustentabilidade. Sem o contingenciamento, os recursos já são poucos”, lamenta.

A nota divulgada pelo FBOMS também critica as opções do governo: “Ao mesmo tempo em que grandes recursos do orçamento para investimentos são destinados aos ministérios de Transportes e Defesa, preocupa o fato de que há uma clara tendência de financiar obras de infra-estrutura, mostrando que as verdadeiras prioridades deste governo federal não estão com a sustentabilidade socioambiental, mas com a expansão de um modelo de desenvolvimento e crescimento baseado em uma pauta de exportação de produtos de baixo valor agregado, intensivos em recursos naturais e que degradam o meio ambiente, beneficiando o agronegócio e a concentração de terras e capital, além da prioridade dada ao pagamento das dívidas externa e interna ilegítimas”, diz o documento.

“Exercício errado”
Secretário-executivo do MMA, Claudio Langone afirma que alguns cálculos surgidos após o anúncio do corte no orçamento do ministério foram feitos de maneira apressada, sem levar em consideração detalhes relevantes: “O exercício foi feito de maneira errada. Para começar, é preciso saber que R$ 108 milhões relativos às emendas apresentadas pelos parlamentares ao Projeto de Lei Orçamentária não devem entrar nessa conta, pois obedecem a um caminho próprio para serem executados e ainda podem ser liberados”, diz.

De acordo com a explicação de Langone, o contingenciamento anunciado pelo Ministério do Planejamento incidiu de fato somente sobre R$ 543 milhões, o que reduziria o corte real das verbas do MMA para R$ 105 milhões ou cerca de 16%: “Além disso, o MMA vai ter outras verbas adicionais não levadas em conta nesses cálculos”, garante o secretário-executivo, citando como exemplos “parte da cobrança pelo uso da água que é feita pela Agência Nacional de Águas (ANA) e outros recursos previstos no PAC ou oriundos da contribuição do petróleo”.

Langone afirma também que, mesmo se não puder contar com a liberação de emendas parlamentares, o orçamento do MMA normalmente obedece a uma “dinâmica de crescimento progressivo” ao longo do ano. Ele usa como exemplo a utilização das verbas destinadas ao combate ao desmatamento: “Foram destinados R$ 45 milhões ao Ibama para essa atividade em 2007. No entanto, como a prática do desmatamento é sazonal, a verba será toda executada no primeiro semestre. Depois, se for preciso, o ministério buscará verbas adicionais”, explica.

O secretário-executivo ressalta que, no atual governo, o MMA sempre trabalhou “com a lógica do menor corte”, uma vez que jamais adotou a prática de inflar demais suas pretensões orçamentárias: “Existem ministérios que prevêem valores altíssimos, mas conseguem executar somente a metade do seu orçamento. No MMA, ao longo desses quatro anos, temos conseguido executar o orçamento acima dos 99%”, diz, lembrando ainda que os concursos públicos para contratação de pessoal e os aumentos salariais no MMA e no Ibama fizeram crescer o orçamento da pasta. Por tudo isso, Langone se diz otimista: “Acredito que largamos em 2007 de forma bastante satisfatória. Posso até dizer que esta é nossa melhor arrancada desde o começo do governo Lula”.
(Por Maurício Thuswohl, Agência Carta Maior, 19/03/2007)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -