A Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (Sergs) está defendendo a criação de uma empresa de planejamento urbano na
Capital para discutir de forma permanente o futuro e o desenvolvimento da cidade. A proposta foi apresentada ao secretário do
Planejamento Municipal, José Fortunati. 'É necessário que a cidade lance o olhar sobre o todo, incluindo problemas viários,
de regularização fundiária e produção econômica. Atualmente, Porto Alegre não é pensada', afirmou o vice-presidente Cultural
da Sergs e vice-presidente do Conselho Municipal do Desenvolvimento Urbano, Romano Tadeu Botin.
Durante a revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental, um grupo de trabalho da Sergs discutirá as mudanças
propostas com os técnicos da prefeitura. Na avaliação da Sergs, a equipe que atua na área do planejamento urbano da Capital é
insuficiente e acaba fazendo com que a cidade deixe de projetar corretamente seu desenvolvimento. 'O planejamento é
fundamental para que Porto Alegre tenha crescimento ordenado, valorizando o potencial econômico das diferentes regiões',
argumentou Botin.
Conforme a Sergs, existem, na Capital, 470 vilas irregulares e 250 loteamentos clandestinos, enquanto os regulares somam
apenas 37. Botin salientou que é preciso regularizar as áreas para poder retirá-las da economia paralela. 'De 1985 a 2004,
95% dos parcelamentos do solo em Porto Alegre foram irregulares', destacou. Botin lembrou que Curitiba e Florianópolis
obtiveram resultados positivos ao criarem empresa direcionada ao planejamento municipal.
Fortunati disse acreditar que, em vez dessa iniciativa, deveria ser formado núcleo estratégico para cuidar especificamente do
planejamento. 'A secretaria pensa Porto Alegre no cotidiano, mas podemos buscar o conhecimento de técnicos com experiência.'
Ele pretende ir a Curitiba para ver o projeto desenvolvido na cidade.
(
Correio do Povo, 19/03/2007)