Os moradores de pelo menos dois bairros de Caxias do Sul relatam a ocorrência freqüente de abalos e estrondos na região há meses. Sem uma explicação definitiva para o fenômeno, que já havia sido registrado na cidade em 1984, os habitantes cobram uma investigação sobre o caso.
O estrondo começa com uma vibração tênue. Rapidamente, a intensidade vai aumentando. O chão treme. Ouve-se um estampido seco, como uma explosão abafada. E então a seqüência se repete. Alguns moradores como a telefonista Margane Rech Barp, moradora do bairro São Cristóvão, dizem que a impressão é de que tudo vai desmoronar.
Neste bairro, o fenômeno ocorre desde setembro do ano passado. No loteamento Moinhos de Vento, bairro Nossa Senhora da Saúde, desde novembro de 2005.
No início, os moradores do Moinhos de Vento suspeitaram que os abalos fossem causados por detonações em uma obra das redondezas. Depois, que alguma pedreira próxima estaria utilizando cargas excessivas de dinamite. Mais tarde, uma prensa hidráulica também entrou no rol de suspeitos. E, por fim, alguns chegaram a pensar que a origem dos tremores fosse a construção de uma usina hidrelétrica em Nova Roma do Sul. Numa investigação que mobilizou até o Exército - responsável por fiscalizar o uso de explosivos -, todas essas hipóteses foram descartadas.
Um relatório técnico elaborado pelo Departamento de Engenharia de Minas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a pedido da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma), mostrou que a velocidade máxima das ondas sísmicas foi de 5,8 milímetros por segundo, considerada insuficiente para produzir danos na superfície. O estudo, porém, não tem condições de indicar as causas dos abalos.
No entanto, segundo muitos moradores, de ambos os bairros, fissuras nas casas são atribuídas ao fenômeno.
(Por Felipe Boff,
ClicRBS, 18/03/2007)