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2007-03-19
Os ministros de Meio Ambiente do G8 (os sete países mais desenvolvidos e a Rússia) colocaram a necessidade de ressaltar a dimensão econômica da ecologia na reunião que terminou no sábado (17/3), em Potsdam, além de relacionar mais temas como a biodiversidade e a proteção do clima ao crescimento sustentável.

O ministro do Meio Ambiente alemão, Sigmar Gabriel, anfitrião do encontro, disse na entrevista coletiva final que a idéia da reunião não tinha sido alcançar acordos concretos, mas indicar caminhos para aumentar o compromisso de todos os países na proteção ao meio ambiente.

Como era esperado, os acordos concretos não aconteceram - principalmente porque os Estados Unidos mostraram-se inflexíveis em sua posição a respeito da redução de emissões -, mas Gabriel mostrou-se convencido de que houve alguns avanços, e que haviam sido detectados alguns problemas para os quais é preciso buscar uma solução.

As duas conclusões-chave da reunião, segundo Gabriel, são, por um lado, que a salvação do planeta é algo que só pode ser conquistado pela comunidade internacional em conjunto, e, por outro, que são necessárias compensações aos países em desenvolvimento para que façam avanços na proteção ao meio ambiente.

"É preciso vincular mais a proteção do clima e o desenvolvimento sustentável", disse Gabriel.

"Os países em desenvolvimento têm a preocupação de que metas como as propostas pela União Européia acabem estrangulando o crescimento em partes do planeta, e que muitas pessoas não saiam da pobreza", disse o ministro alemão.

Segundo Gabriel, os países em desenvolvimento têm que assumir mais responsabilidade do que a mostrada até o momento no que diz respeito à proteção do clima.

O ministro alemão mostrou-se convencido de que é preciso aumentar as ajudas ao desenvolvimento, que os países industrializados devem reduzir suas emissões mais do que têm feito e, além disso, cumprir os compromissos assumidos com países em desenvolvimento em troca de que estes promovam iniciativas ecológicas.

Como exemplo, Gabriel lembrou a promessa feita ao Brasil, de oferecer US$ 1,2 bilhão caso houvesse a redução do desmatamento.

O Brasil reduziu a destruição das florestas em 50%, e apenas uma pequena quantia do dinheiro prometido foi colocada à disposição do país.

A reunião em Potsdam teve a participação dos ministros do G8 e representantes dos cinco países emergentes de maior destaque internacional: Brasil, China, Índia, México e África do Sul.

O México foi representado pelo secretário do Meio Ambiente e Recursos Naturais, Juan Rafael Elvira Quesada, que se mostrou satisfeito com os resultados da reunião, e disse que foi alcançado um consenso em assuntos importantes, não só entre os membros do G8, como também com os cinco países emergentes.

Elvira Quesada e a delegação mexicana apresentaram, durante a reunião, o projeto "Pró-árvore" do Governo mexicano, que tem como objetivo plantar 250 milhões de árvores em um ano para recuperar áreas de florestas.

O ministro disse que esse projeto concilia ecologia e economia, já que beneficiará camponeses e indígenas de diversas regiões mexicanas com um salário adicional por seu trabalho pela proteção das florestas.

Além disso, já existe um projeto no qual os camponeses e indígenas recebem compensações econômicas para cuidar das florestas.

Elvira Quesada admitiu que, em países como Brasil e México, onde há pobreza, não é fácil cuidar das florestas, e por isso seriam necessárias soluções que também levem em conta as necessidades do povo.

Perguntado se via perspectivas de uma ajuda internacional para esse tipo de projeto, Elvira Quesada disse que o México está com "as mãos abertas".
(EFE/UOL Notícias, 17/03/2007)
http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2007/03/17/ult1809u10969.jhtm

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