Em 15 anos, queimadas devastaram 1,64 mil quilômetros na Amazônia
2007-03-16
As queimadas amazônicas e o aumento da poluição global criarão alterações na paisagem amazônica nos próximos 14 anos. A previsão é de três órgãos: o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO-ONU) e o Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC). No Acre, a previsão é de períodos de estiagem cada vez mais intensos, como o de 2005.
As queimadas na Amazônia nos últimos 15 anos, segundo o Inpe, causaram o desflorestamento de 1,64 mil quilômetros quadrados de vegetação por mês - o que representa 19,72 mil por ano, em média.
No Acre, segundo dados do próprio MMA, houve aumento de 4% no desmatamento entre o ano passado e 2005. Em números, 407 quilômetros quadrados foram destruídos.
"Uma mudança climática não significa apenas alteração das condições de temperatura ou do ciclo de chuvas. Ela pode implicar uma profunda transformação interna de todos os ciclos da natureza, que são responsáveis pelo fornecimento de água potável, e de outros detalhes que afetam diretamente a vida de todos nós", explica o físico Alejandro Fonseca Duarte, do Grupo Acrebioclima.
Os dados sobre a mudança climática foram apresentados em âmbito mundial pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO-ONU) e mostram a desastrosa ação humana no combate a incêndios (naturais ou estimulados) na Floresta Amazônica, na última década e meia.
A pesquisa aponta também que o governo federal ainda não conseguiu frear a atividade de agricultores sobretudo em
Mato Grosso e Pará. Os números divulgados não foram tabulados por Estados, mas, de acordo com o MMA, 10.943 quilômetros quadrados foram destruídos pelo desmatamento só no ano passado. Em 2005, foram 12.318 quilômetros quadrados.
(Por Josafá Batista, A Tribuna - AC, 15/03/2007)
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