Uma estranha coalizão de países industriais e em desenvolvimento começaram a pressionar na quarta-feira (13/03) por limites mais severos no refrigerador de ar condicionado mais popular do mundo, quando evidências provaram que refrigeradores prejudicam a camada de ozônio da Terra e contribuem para o aquecimento global.
A coalizão está contra a China, que se tornou produtora líder mundial do ar condicionado que usa o refrigerador, HCFC-22. A maioria dos ar condicionados nos EUA usa esse refrigerador. Pressão internacional se moveu rapidamente nesse inverno por ações mais rápidas.
“Nós temos provas cientificas: se acelerarmos o fim gradual do HCFC, nós iremos fazer uma ótima contribuição para a mudança climática”, comentou Romina Picolotti, a chefe da secretaria ambiental do meio ambiente.
Uma eliminação acelerada do refrigerador pode acelerar em cinco anos a regeneração da camada de ozônio na atmosfera. Pode também reduzir emissões de gases que provocam o aquecimento global no equivalente a um sexto das reduções pedidas no Protocolo de Kyoto.
Os EUA se uniram à Argentina, Brasil, Islândia, Mauritânia e Noruega na quarta-feira, notificando a secretaria do ozônio do Programa Ambiental da ONU, que eles querem negociar uma eliminação acelerada dos hidroclorofluorocarnonetos, ou HCFCs, em uma conferência internacional em Montreal, em setembro.
A conferência está unida ao 20º aniversário da assinatura do Protocolo de Montreal, que reduziu as emissões da maioria dos gases que consumem ozônio, mas deixou uma lacuna nas produções de HCFC-22 nos países em desenvolvimento. China repetidamente disse que honrará as regras atuais do Protocolo de Montreal, mas não quer adicionar novas.
Estudos recentes mostraram que a produção crescente do HCFC-22 pela China, Índia, e outros países em desenvolvimento diminuíram a regeneração da camada de ozônio, que protege humanos, animais e vegetação dos perigosos raios ultravioletas do sol.
Um relatório publicado semana passada feito por cinco cientistas americanos e europeus descobriram que reduções radicais de gases que consomem ozônio desde 1987 foram muito mais eficientes em combater o aquecimento global do que o protocolo de Kyoto, o acordo feito em 1997 que se focava diretamente em limitar as mudanças climáticas.
HCFC e outros gases consumidores de ozônio são gases extremamente aquecedores. Grama por grama, os usados nos refrigeradores têm centenas de vezes o efeito do aquecimento global do dióxido de carbono. Esses gases são lançados em menores quantidades do que o dióxido de carbono, que é emitido quando combustíveis fósseis são queimados por motores de veículos, instalações de energia e outros usuários.
O relatório chamou a atenção de países nos Oceanos Pacífico e Índico, que temem que o aquecimento global leve a um aumento dos níveis do oceano e uma perda significativa de sua terra limitada.
(By Keith Bradsher,
The New York Times
, 03/03/2007)