Percepção Ambiental e Mineração na Área Urbana de Jaguariúna (SP)
2007-03-16
Tipo de trabalho: Dissertação de Mestrado
Instituição: Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Ano: 2005
Autora: Tatiana Pagotto Yoshida
Resumo:
A mineração constitui-se em importante indústria para países em desenvolvimento. Os minerais utilizados na indústria da construção civil, tais como a pedra britada, destacam-se por sua grande demanda, devido à crescente urbanização. No entanto, a coexistência desse tipo de mineração com os meios social, físico e biótico não tem sido pacífica, pois se situam geralmente nas proximidades dos centros urbanos, por causa do baixo valor agregado desse tipo de matéria-prima. Nesses locais, muitas vezes, residem comunidades preocupadas com a poluição gerada por esse tipo de atividade. Com isso, a disponibilidade de jazidas nos centros urbanos está reduzindo, principalmente pela falta de planejamento no crescimento das cidades, competição com usos do solo e maiores exigências ambientais. No município de Jaguariúna (SP), ocorre um conflito entre uma pedreira de rochas para brita, um bairro residencial vizinho e instituições públicas. Os moradores desse loteamento incomodam-se com a atividade do empreendimento, apesar de hoje em dia operar adequadamente e buscar se enquadrar na legislação ambiental. Utilizando teorias da percepção ambiental e um modelo conceitual que permite a análise integrada entre os sistemas ecológicos e sociais, para compreender a interação desses em ambiente urbano, o conflito foi estudado, verificando como a população do bairro percebe o empreendimento, os impactos gerados por ele e a atuação das autoridades competentes com relação à problemática. Verificou-se que a população possui preconceito com relação à atividade minerária, pelo histórico de má operação da pedreira e também pela falta de envolvimento desta com comunidade. Além disso, verificou-se que os habitantes possuem julgamentos errôneos relacionados aos impactos provocados pela pedreira, revelando falta de informação sobre a atividade de extração de rocha para brita. Outro fato importante foi a observação de que a população é muito pouco informada sobre que órgãos ambientais recorrer para reclamar contra o empreendimento, já que a maior parte das reclamações foi ou seria dirigida à prefeitura municipal e não à Cetesb. Por fim, após a identificação de todos os atores envolvidos na problemática e de suas parcelas de responsabilidade no conflito, o modelo conceitual foi aplicado para uma melhor identificação de como as variáveis interagem entre si, possibilitando visualizar mais claramente soluções e propostas de ação por parte desses atores envolvidos.