Ocupação de prédios do Ibama marca Dia Internacional de Luta contra Barragens
2007-03-15
Diversas manifestações e ocupações foram realizadas ontem (14/3) para marcar o Dia Internacional de Luta contra as Barragens. Integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e da Via Campesina ocuparam duas unidades do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) em Minas Gerais e Santa Catarina.
Em Belo Horizonte (MG), cerca de 150 famílias aproveitaram a ocupação do Ibama para protestar contra a transposição do Rio São Francisco.
Os militantes também exigiram a intervenção do Ibama na construção da barragem de Baguari, que funcionará no município de Governador Valadares. Outra reivindicação foi o cancelamento da licença dada pelo órgão para a construção da usina hidrelétrica de Aimorés.
De acordo com o superintendente do Ibama de Minas Gerais, Roberto Messias Franco, para garantir a desocupação do prédio, houve um acordo depois de uma reunião entre representantes do instituto e dos movimentos sociais.
O Ibama se comprometeu em rever o projeto de Aimorés para verificar se ocorreu alguma falha no processo de licenciamento que possa justificar o seu cancelamento. O instituto também ficou de acompanhar todos os passos para a construção da usina de Baguari juntamente com o governo estadual.
Em Florianópolis, os integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens exigiram principalmente a redução nos preços da energia elétrica e o fim dos subsídios nos preços para as grandes empresas nacionais e internacionais.
Segundo um dos coordenadores nacionais do movimento, Marco Antônio Trierveiler, as manifestações ocorreram no Ibama pela responsabilidade que o órgão tem com os atingidos por barragens.
“Nós queremos fortalecer o Ibama como órgão licenciador desses grandes projetos. Então achamos que o Ibama tem a responsabilidade de cuidar de todos os problemas ambientais e sociais que são causados por esses projetos.”
Trierveiler espera que o movimento seja recebido pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. A entidade quer discutir a transposição do Rio São Francisco, além dos riscos ambientais que a construção de novas barragens oferecem.
(Por Raquel Mariano, Agência Brasil, 14/03/2007)
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/03/14/materia.2007-03-14.4082914641/view