O plano de irrigação do governo do Estado depende de R$ 673 milhões, sendo R$ 440 milhões para construção de açudes e R$ 233 milhões para levantar grandes barragens. O objetivo é irrigar 600 mil hectares no Estado até 2010.
Os custos e as metas do programa serão apresentados a deputados estaduais hoje (15/3) na Expodireto pelo secretário extraordinário de Irrigação, Rogério Porto. Uma parceria entre a Emater e a secretaria também será firmada na feira para treinamento de 490 técnicos. O grupo coordenará ações e levará informações sobre os benefícios da irrigação ao campo. É estimado que 36 mil produtores devem ser beneficiados com a construção de microaçudes, além de receberem orientações de especialistas.
- Com isso (os microaçudes) pretendemos atingir uma área de 100 mil hectares - afirma Mário Nascimento, presidente da Emater.
Segundo Porto, o restante da área beneficiada será de agricultores maiores, já treinados ou prontos para implantar sistemas em suas propriedades. Para mobilizar o público, 40 unidades de irrigação demonstrativas devem ser construídas em diferentes locais. A consulta pública sobre o plano ocorrerá nas próximas três semanas. Serão feitas 26 reuniões com os conselhos regionais de desenvolvimento. Ao mesmo tempo, o governo vai atrás de recursos para financiar as ações.
- Para as obras, o que temos são R$ 88 milhões liberados pelo Programa de Aceleração do Crescimento para duas barragens na região sul gaúcha e R$ 10 milhões de emendas parlamentares que utilizaremos nos próximos meses para fazer açudes em propriedades onde falta água até para beber - destaca Porto, acrescentando que a maior parte dos recursos o Estado pretende obter com o governo federal.
A perspectiva de um plano de irrigação anima indústrias do setor presentes na Expodireto. O gerente comercial do grupo gaúcho Fockink, Paulo Weschenfelder, mantém uma visão positiva quanto aos investimentos em irrigação. Para ele, a procura por dados durante a feira e as projeções de fechamento de negócios para as próximas semanas são "infinitamente maiores" do que no ano passado.
- A coragem de investir está voltando - afirma Weschenfelder.
(Por Sebastião Ribeiro,
Zero Hora, 15/03/2007)