(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2007-03-15
Manifestantes continuam reunidos no acampamento Pela Vida do Rio São Francisco e do Nordeste Contra a Transposição, em Brasília, pedindo a revitalização do rio e o fim do projeto de transposição de suas águas. Representantes do movimento reuniram-se ontem (14/3) com o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia; com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e, à tarde, participaram de audiências no Ministério Público Federal e no Supremo Tribunal Federal (STF).

Chinaglia recebeu a comissão do acampamento às 14h30, em seu gabinete. Segundo os acampados, o presidente da Câmara afirmou não ter elementos suficientes para se posicionar em relação à transposição, mas é favorável à revitalização do rio. Ele reconhece que é um projeto que divide a Câmara, e a necessidade de ampliar o debate. Chinaglia se comprometeu em aprofundar essa discussão na Casa.

A ministra Marina Silva disse, aos representantes do acampamento, que as licenças ambientais são emitidas de acordo com o parecer técnico do Ibama. “Se os técnicos avaliam que, do ponto de vista ambiental, o projeto é viável, concedemos a licença”, afirmou, ressaltando que não vai discutir politicamente o projeto de transposição. “É uma decisão técnica”, enfatizou.

O grupo criticou o fato do MMA desconsiderar estudos que alertam para os impactos negativos do projeto, como o da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Em relação ao Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) do Ibama, os movimentos questionam que só foram considerados os impactos sobre a bacia receptora (Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte). Mesmo assim, “dos 36 impactos apontados no EIA/RIMA, 24 foram negativos”, destaca Rubem Siqueira, da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e da coordenação do acampamento. A ministra não respondeu.

Segundo Marina Silva, não há data prevista para liberar a licença de instalação, a última que falta para deflagrar o início das obras.

Equívocos do EIA/RIMA
Na avaliação do time contrário ao projeto de transposição, o estudo não aprofunda o risco de salinização de solos e açudes, não identifica áreas potenciais de desertificação, a possibilidade de início ou aceleração de processos erosivos, a possibilidade de redução de geração de energia elétrica e o risco de eutrofização dos reservatórios. O EIA ainda apresenta deficiências no diagnóstico da vegetação, na previsão de impactos e na indicação de Unidades de Conservação. Traz ainda dados insuficientes sobre a fauna. Medidas de proteção ambiental são apresentadas de forma superficial.

Alheio a qualquer protesto, o Governo Federal fazia publicar na terça-feira, no Diário Oficial da União, um aviso alvissareiro para as empreiteiras nacionais: as estrangeiras estão excluídas de participar deste super negócio. Assim, sobrarão às brasileiras disputar R$ 3,3 bilhões para executar as obras da transposição do rio São Francisco, divididas em 14 lotes, com valores estimados entre R$ 136 milhões e R$ 287 milhões. No conjunto, a concretização do projeto deverá custar R$ 3,267 bilhões.

Desde seu anúncio, já no nascedouro do Governo Lula, a transposição vem dividindo o país entre os times contra e a favor. Governadores como o ex de Sergipe, João Alves Filho, e o reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves, tomaram para si a luta para barrar o projeto, perspectiva que também impulsionou o bispo da Diocese de Barra (BA), dom Cappio, a fazer uma greve de fome visando convencer o Governo ao menos a reabrir o diálogo sobre a obra.

O fato é que valor infinitamente inferior aos previstos para as licitações poderiam ser gastos no plebiscito nacional sobre a transposição, proposto pelo senador Antônio Carlos Valadares (PSB/SE) e empacado numa avaliação a passo de tartaruga na Comissão de Justiça do Senado. “Não há interesse que ele ande”, resumiu o parlamentar a AmbienteBrasil.

Bem provável. Se o plebiscito revelasse um “não” ao projeto, ficaria bastante desconfortável ao presidente Lula agir como o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que declarou à Agência Brasil: "Não podemos achar que se vai fazer uma obra desse tamanho com 100% das pessoas concordando”.

Mas outra idéia do senador Valadares parece prestes a sair do papel para a prática. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de sua autoria, que propõe a criação de um fundo para revitalização do São Francisco, foi incluída na pauta de votações desta semana pelo presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e pode alterar a forma de destinar recursos para a bacia hidrográfica.

O Programa de Aceleração do Crescimento – PAC - do Governo prevê o investimento de R$ 1,3 bilhão em ações de recuperação do rio, sendo, este ano, destinados R$ 260 milhões para o Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do São Francisco.

Aprovada a PEC, o fundo teria validade de 20 anos e poderia chegar a R$ 300 milhões por ano. Os recursos viriam de várias fontes, como União, estados e emendas orçamentárias. O prazo de duas décadas garantiria que, sob qualquer governo ou matiz partidária, a saúde do rio tivesse esses investimentos.

A PEC tem tudo para passar no plenário da Câmara. “Já está acordada a aprovação com as lideranças, inclusive do Governo”, diz o senador Valadares. “A proposta se tornou um consenso nacional”, festeja.
(Por Mônica Pinto, AmbienteBrasil, 15/03/2007)
http://www.ambientebrasil.com.br/noticias/index.php3?action=ler&id=30042

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -