ONU alerta para risco de seca no sul da Europa
2007-03-15
No sul da Europa, principalmente em países como a Itália e a Espanha, haverá em breve uma grande falta de água, que poderá afetar 44 milhões de pessoas da Europa até 2070. O cenário foi previsto devido às mudanças climáticas no mundo na segunda parte do relatório dos especialistas da ONU - Organização das Nações Unidas, do Intergovernmental Panel on Climate Change (Ipcc), que será divulgado em 6 de abril em Bruxelas.
A segunda parte do relatório - que se refere aos efeitos do aquecimento global - ao qual a Ansa teve acesso antecipadamente, mostra uma Europa dividida em duas: o norte com clima mais moderado e o sul mais quente.
Segundo o documento, está previsto um aumento entre 1 e 5 graus centígrados na temperatura na Europa. Em 2070, segundo o relatório da ONU, a população em risco, que terá problemas de falta de água, será entre 16 e 44 milhões de pessoas.
A biodiversidade do Mar Mediterrâneo também está em risco, com uma perda substancial dos ecossistemas aquáticos que podem desaparecer, enquanto a comunidade alpina poderia perder entre 30% e 70% da sua área.
Até o final do século, a extensão dos rios poderia diminuir em 50% na Europa Central e em até 80% no sul da Europa, principalmente durante o verão.
O alarme de seca refere-se principalmente ao sul do continente europeu, onde as mudanças climáticas terão impactos negativos que aumentarão os riscos para a saúde, devido a maior freqüência das ondas de calor. Nesta mesma área, aumentarão no futuro os problemas ligados à redução da disponibilidade de água, por exemplo para o setor de energia hidroelétrica, mas a falta de recursos hídricos afetará também a produção agroalimentar.
As mudanças climáticas trarão vantagens, no entanto, para o norte europeu, que terá menos períodos frios e um aumento da produtividade agrícola, uma expansão das florestas e um aumento da quantidade de água disponível. Na Europa Central, ao contrário, devido ao derretimento de neve e geleiras, o risco será de maiores inundações e cheias dos rios.
(Ansa, 14/03/2007)
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