A organização ambientalista Greenpeace exigiu ontem (14/03) a retirada de um tipo de milho transgênico aprovado para o consumo nas Filipinas que, segundo denuncia um novo estudo, contém elementos tóxicos para mamíferos. Uma equipe de três especialistas independentes franceses verificou que a variante 863 do milho transgênico da Monsanto gerou toxinas nos rins e fígado de ratos de laboratório, informou um comunicado do grupo.
Os cientistas usaram como referência as amostras de milho enviadas para análise na União Européia, onde ele foi liberado apesar dos riscos para a saúde denunciados pelo Greenpeace e vários Estados-membros. O MON-863, aprovado para o consumo nas Filipinas em outubro de 2003, é geneticamente modificado para produzir seu próprio inseticida e assim matar os parasitas do subsolo. Além disso, graças ao seu código genético especial, é mais resistente aos antibióticos.
"A aprovação de um transgênico não é uma garantia de sua segurança", ressaltou o representante para Engenharia Biogenética do Greenpeace no Sudeste Asiático, Daniel Ocampo. Ele insistiu na periculosidade da manipulação genética dos alimentos, na falta de estudos a longo prazo sobre seus efeitos nas pessoas.
A variedade de milho transgênico, destacou, é a primeira em que foi demonstrado que um produto aprovado para o consumo num mercado importante como a UE provoca danos em órgãos internos, de acordo com a pesquisa dos cientistas franceses.
O Governo filipino autorizou até o momento para o consumo humano até 25 alimentos transgênicos. Outros quatro podem ser usados como ração para animais.
(
Efe, 14/03/2007)