(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2007-03-14
Nos últimos anos, as empresas de celulose vêm investindo fortemente em acordos com universidades públicas e privadas, financiando pesquisas que auxiliem a expansão de seus negócios. Esse movimento começa a enfrentar resistências no Rio Grande do Sul por parte da comunidade universitária e de movimentos sociais, especialmente nas instituições públicas. Neste mês de março, duas iniciativas foram tomadas para denunciar o aparelhamento de universidades públicas por parte de empresas do setor.

Em Rio Grande, na região Sul do Estado, o Movimento Universitário Unificado promove, de 13 a 15 de março, o I Acampamento de Alerta ao Papel da Universidade Pública, na Fundação Universidade Federal de Rio Grande (FURG). O alerta está relacionado à expansão dos desertos verdes e à instalação de um pólo de celulose na região.

Recém-criado, esse movimento é composto por diversos centros e diretórios acadêmicos, o Diretório Central de Estudantes da FURG, Associação dos Profissionais Técnicos Administrativos da universidade, o projeto de extensão Vivências em Educação Popular e Central dos Movimentos Populares/Rio Grande, entre outras entidades.

O evento foi organizado para desmentir professores que têm utilizado o nome da universidade para defender empresas de celulose. Segundo os organizadores, o coordenador do Estudo e Relatório Ambiental (EIA/RIMA), Gilberto Griep, está realizando uma verdadeira campanha em favor da Votorantim, que pretende instalar uma fábrica de celulose na região.

O Movimento Universitário Unificado pretende denunciar a confrontar os setores e pessoas da instituição que estariam mais interessados em servir aos interesses do grande capital do que aos da população. O I Acampamento de Alerta ao Papel da Universidade Pública tem um caráter de alerta e não pretende acusar ou atacar a reitoria da FURG ou a instituição. Pretende, ao contrário, defender o nome e a credibilidade da Fundação Universidade Federal de Rio Grande.

Para tanto, está reivindicando um pronunciamento público do reitor da FURG em relação à instalação da fábrica de celulose e à monocultura do eucalipto, desmentindo as afirmações de Gilberto Griep. Além disso, o movimento entrará com um pedido junto ao Conselho Universitário, solicitando a instalação de uma comissão permanente de avaliação das parcerias público-privadas.

Parceria UFRGS-Aracruz é suspensa
No dia 8 de março, mulheres da Via Campesina e estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) conseguiram a suspensão de um protocolo de cooperação entre a UFRGS e a Aracruz Celulose. Em audiência com o reitor da UFRGS, José Carlos Hennemann, e o vice-reitor, Pedro Fonseca, foi manifestada a preocupação com o aumento dos desertos verdes no Rio Grande do Sul.

As integrantes da Via Campesina e os estudantes alertaram que a expansão da monocultura do eucalipto já estaria provocando nefastas conseqüências no Estado, como intensificação da concentração de terras, aumento das secas, elevação das temperaturas e destruição do Bioma Pampa, que só existe nas terras gaúchas. E questionaram a natureza e os objetivos de um acordo com a empresa de celulose.

Os manifestantes defenderam que estabelecer uma parceria com a Aracruz significa concordar com a destruição ambiental e social provocada pelas multinacionais do eucalipto. Os estudantes também lembraram “as práticas de violações aos direitos humanos que marcam a trajetória da Aracruz Celulose em todos os estados, em especial contra indígenas e quilombolas no Espírito Santo”.

O reitor e o vice da UFRGS se comprometeram em suspender o protocolo com a Aracruz que seria votado na próxima reunião no Conselho da Universidade. “A UFRGS tem uma história de defesa do meio ambiente, tem cursos e pesquisas voltadas para a ecologia. Inclusive nos jornais da universidade têm sido publicadas matérias sobre os eucaliptos no estado. Creio que precisamos aprofundar o debate deste tema na comunidade universitária. Por isso o processo está suspenso. Não vamos assinar nenhum protocolo ou convênio para pesquisas que sejam prejudiciais a sociedade”, disse Hennemann.

A jornada de luta das mulheres da Via Campesina no Estado foi encerrada com o lançamento, de uma campanha em defesa da produção de alimentos saudáveis. “O agronegócio gera os desertos verdes, a agricultura camponesa produz alimentos, cultiva a vida. Queremos que a universidade forme profissionais para trabalhar para a vida não para o projeto de morte das transnacionais”, defende a Via Campesina.

No Rio Grande do Sul, advertiu a organização, as universidades têm sido um alvo preferencial das empresas de celulose com o objetivo de obter aval científico para seus projetos. Em Santa Maria, a Via Campesina também conversou com a reitoria da UFSM, mas não obteve a mesma receptividade que encontrou na UFRGS. O reitor da universidade defendeu os convênios com a Aracruz e a Votorantim, alegando que as universidades públicas estão sem recursos e as parcerias com empresas têm dado condições de manter as pesquisas. As empresas apostam justamente nesta escassez de recursos para aumentar sua influência entre os pesquisadores, professores e alunos das instituições.
(Por Marco Aurélio Weissheimer, Agência Carta Maior, 13/03/2007)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -