A Estação de Tratamento de Esgoto Pindorama foi inaugurada em 2002. Os seus dois módulos de tratamento têm, juntos,
capacidade de absorver 117 litros de esgoto por segundo. No entanto, recebem apenas 32 litros. Isso corresponde aos efluentes
da área central da cidade que, até 2002, eram tratados na ETE da Rua São José, hoje desativada.
Segundo o gerente regional da Corsan, Paulo Stein, a ETE poderia beneficiar 70% a mais de efluentes, atingindo a uma
população de 69 mil pessoas e dispensando o uso de fossas sépticas. No entanto, por falta de tubulações, atende só 15 mil. Os
dois módulos já implantados correspondem à primeira etapa do projeto.
A conclusão da segunda etapa está prevista para 2019, para atender a toda a região do Bairro Arroio Grande e Zona Sul da
cidade. A terceira deve ficar pronta só em 2027. Depois de tratado o esgoto, a água, com alto grau de oxigenação, é
canalizada para o Arroio das Pedras, nos fundos do Cemitério Parque Guarda de Deus. O monitoramento é realizado,
semanalmente, pela Corsan.
Limpeza das fossas evita a poluição dos mananciais
Todo o esgoto que saiu da sua casa na semana passada pode estar agora passeando pelas águas do Rio Pardinho. Isso mesmo.
Muita gente não sabe da necessidade de limpeza das fossas sépticas residenciais que, depois de cheias, não conseguem mais
executar sua função, fazendo com que os resíduos desemboquem diretamente na rede fluvial.
Hoje, segundo o gerente regional da Companhia Rio-grandense de Saneamento (Corsan), Paulo Stein, só 15% das residências de
Santa Cruz do Sul são atendidas pelo sistema coletor da Corsan, que faz o encaminhamento até a Estação de Tratamento de
Esgoto (ETE) Pindorama. As demais dependem do funcionamento das fossas.
O problema está justamente no desconhecimento da obrigatoriedade de limpar o tanque regularmente. As fossas sépticas são
unidades de tratamento primário do esgoto doméstico, nas quais ocorre a separação e transformação da matéria sólida contida
no esgoto. Quando enchem, os resíduos passam diretamente, sem filtragem, e acabam sendo levados até sangas ou para o rio,
onde agem como agentes poluidores.
De acordo com Stein, um dos indícios de que há alguma fossa saturada na vizinhança é o mau cheiro nos bueiros, já que o
esgoto passa sem tratamento. “Ambientalmente isto é muito impactante”, diz. Nas moradias atendidas pela rede de coleta da
Corsan, o serviço é tarifado e diluído nas contas mensais de água. No sistema de fossas, a responsabilidade é do morador.
Para tanto, há empresas especializadas na limpeza e recolhimento do esgoto doméstico em Santa Cruz. Os resíduos são retirados
por meio de sucção e levados à ETE Pindorama. “É importante que a pessoa verifique se a empresa tem autorização da Corsan e
da Fepam para realizar esse serviço. Assim, saberá que vai haver destinação adequada.”
FISCALIZAÇÃO – Conforme o coordenador do Departamento Municipal do Meio Ambiente (Dema), Clero Ghisleni, o ideal é que as
caixas de esgoto sejam limpas uma vez por ano. Ele diz que hoje não há lei municipal específica sobre o assunto, mas o Dema
procura seguir as orientações dos órgãos que estabelecem normas técnicas. “Estamos estudando ainda mecanismos para
implementar a fiscalização sobre a higienização das fossas, trabalho que cabe ao Executivo”, informou.
SAIBA MAIS
- As fossas sépticas evitam o lançamento dos dejetos humanos diretamente em rios, lagos ou mesmo na superfície do solo.
Trata-se de um tanque enterrado, que recebe os esgotos, retém a parte sólida e inicia o processo biológico de purificação da
parte líquida (efluentes).
- Mas é preciso que esses efluentes sejam infiltrados no solo para completar o processo biológico de purificação e eliminar
os riscos de contaminação. Isso se dá por meio de um outro recipiente, chamado de sumidouro.
- As fossas sépticas não devem ficar muito perto das moradias (para evitar mau cheiro). A distância recomendada é de 4
metros.
- O tamanho da fossa depende do número de pessoas da moradia. Ela é dimensionada em função de um consumo médio de 200 litros
de água por pessoa, por dia. A capacidade, porém, nunca deve ser inferior a mil litros.
(
Gazeta do Sul, 13/03/2007)