Santa Maria desperdica mensalmente R$ 1,8 milhão em água
2007-03-13
A água é um recurso limitado e, quando usado de forma irregular, tem conseqüências. Levando em conta, por exemplo,
estimativas recentes da Organização das Nações Unidas (ONU) a crise da água já tem data marcada para ocorrer: 2025. Em Santa
Maria, segundo dados da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), o desperdício real (água que não chega até o cliente)
entre vazamentos aparentes e não aparentes, é de cerca de 760 mil metros cúbicos de água/mês, o equivalente a 760 milhões de
litros de água/mês. Com o metro cúbico valendo R$ 2,40, Santa Maria jogaria fora por mês, cerca de R$ 1,8 milhão de
reais.
A cidade tem ainda uma perda, em função das ligações clandestinas e falta de hidrômetros, de aproximadamente 250 mil metros
cúbicos/mês, o equivalente a 8,3 mil metros cúbicos/dia, ou seja, 8,3 milhões de litros de água, o que resulta à empresa um
prejuízo de, aproximadamente, R$ 600 mil por mês.
“Levando em conta o consumo diário de água na cidade que é de cerca 57 mil metros cúbicos de água, somente com o desperdício
resultantes de ligações irregulares e demais formas ilícitas, por exemplo, daria para abastecer 100% dos domicílios urbanos
da cidade num período de pouco mais de quatro dias. Ou ainda cidades como Caçapava ou São Sepé, pelo mesmo espaço de tempo”,
adianta o superintendente adjunto da Corsan na região de Santa Maria, José Vilmar Viegas. Dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) de julho de 2006, apontavam uma população de 270.030 mil habitantes em Santa Maria. A Corsan
atende 100% da população urbana da cidade.
Entre as causas levantadas pela direção da empresa, que resultam em perdas do líquido, estão: a ausência de hidrômetros
(acredita-se que existam cerca de 16 mil imóveis sem medição na cidade); as ligações clandestinas, (a estimativa é de cinco
mil imóveis nessa situação), erros pelos medidores e os vazamentos.
Para tentar amenizar o problema, a Corsan firmou, recentemente, convênio com o Ministério das Cidades, dentro do Projeto de
Gestão Integrada de Combate a Perda e o desperdício de Energia, que prevê ações de combate ao desperdício como o levantamento
de vazamentos, identificação de infratores e a substituição e instalação de novos medidores.
“Independentemente da condição satisfatória dos mananciais que abastecem a cidade, consumir água de forma consciente e dentro
da lei é imprescindível”, afirma Viegas.
(Jornal A Razão, 13/03/2007)
http://www.arazao.com.br/noticias.php?cod=2709