Aquecimento global impulsiona projetos que diminuem a emissão de gás
2007-03-13
A SGS do Brasil - certificadora designada pelos órgãos mundiais a validar os
projetos - espera um crescimento de 25% neste ano nas solicitações; prova de
que o mercado de carbono começa a deslanchar.
A preocupação com o superaquecimento global está cada vez mais em pauta em
todo o mundo. As mudanças climáticas ocorridas nos últimos anos foram tão
intensas que forçaram até o irredutível presidente americano, George W.
Bush, a admitir a necessidade de mudança na política climática dos Estados
Unidos. Segundo a conselheira jurídica do Banco Mundial, Flávia Rosembuj, o
fundo de créditos de carbono arrecadou em 2006 o dobro do valor alcançado em
2005, totalizando US$ 22 bilhões, frente aos US$ 11 bilhões de 2005. Cada
tonelada de crédito de carbono custa em torno de US$ 10. A multa por
tonelada excedida é de cerca de US$ 119.
De acordo com os dados do Ministério da Ciência e Tecnologia, há 1.597
projetos de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) sendo estruturados em
todo o mundo. O Brasil mantém a terceira posição em números de projetos, com
210. À frente estão a China, com 299 projetos, e a líder Índia, com 557. Em
termos de reduções de emissões projetadas, a terceira posição também é
brasileira - responsável pela redução de 195 milhões de toneladas de CO2e
(gases equivalentes ao CO2 - dióxido de carbono), o que corresponde a 8% do
total mundial, para o primeiro período de obtenção de créditos. A China
ocupa o primeiro lugar, com 1056 milhões de toneladas de CO2e a serem
reduzidas (43%), seguida da Índia, com 548 milhões de toneladas, o que
equivale a 22%.
A SGS do Brasil, multinacional suíça líder em testes, inspeções e
certificações, foi designada pelos órgãos mundiais para validar e verificar
projetos. Como uma das principais empresas que presta esse serviço, a
procura pela validação da SGS serve como termômetro de como está a evolução
do mercado de carbono. E a procura, que tem crescido nos últimos tempos,
demonstra que o mercado de carbono já começa se tornar realidade. De 2005
até agora, a empresa já validou 58 projetos e verificou 28. Devido à
importância das discussões sobre o assunto e as solicitações de empresas
interessadas nesse mercado, a empresa passou a atuar este ano em projetos
CCX (Chicago Climate Exchange), na área florestal. "O investimento nesse
setor é uma mina de ouro para o Brasil. Acompanhando a valorização dos
créditos de carbono na Bolsa de Valores, a expectativa é que as demandas na
SGS aumentem este ano em torno de 25% em relação a 2006", diz o gerente da
SGS, Fabian Gonçalves.
Segundo estatísticas do Banco Mundial, entre 2005 e 2006, a Ásia foi
responsável por 32% das negociações de créditos, e a América Latina
respondeu por cerca de 28%. O potencial para a oferta de créditos está
concentrado na Ásia (China, Índia e Coréia do Sul) e América Latina (Brasil
e México).
(Agência Social/Envolverde, 12/03/2007)
http://envolverde.ig.com.br/materia.php?cod=28970&edt=11