Poluição gerada por atividade humana reduz seriamente a chuva em áreas montanhosas de regiões semi-áridas, um efeito de conseqüências graves para o Oriente Médio e outros locais que dependem da água que escorre por montanhas e colinas, diz estudo realizado por uma equipe sino-israelense e publicado na revista Science.
Os cientistas mostraram que a precipitação média sobre o Monte Hua, na região central da China, caiu 20% com o aumento dos níveis de poluição, nos últimos 50 anos. A perda de precipitação dobra nos dias de baixa visibilidade provocada por poluição.
As descobertas, dizem os pesquisadores, chamam atenção para a ameaça que a poluição representa para as áreas onde a chuva nas partes montanhosas do terreno - normalmente, quando o ar se eleva sobre a encosta, ele se resfria e o vapor condensa - e para o fato de que não é a simples elevação da temperatura ambiente, e sim a falta de água, que transforma uma região em um deserto.
A poluição inibe a chuva quando as partículas de vapor d´água condensam-se em grandes quantidades ao redor das partículas de fuligem ou fumaça, criando nuvens pequenas demais, que são carregadas pelo vento e demoram muito a formar pingos de chuva, granizo ou neve.
Essa demora se traduz em uma perda de chuva quando a "expectativa de vida" da nuvem é curta: ela se forma enquanto o ar sobe por um lado da montanha, e logo se evapora quando o ar desce pela encosta oposta, sem derramar sua água no solo.
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O Estado de S. Paulo, 11/03/2007)