(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2007-03-12
Ao contrário da euforia dos produtores e do governo com a perspectiva de produção recorde e crescimento na exportação do etanol, pesquisadores reunidos no 1º Simpósio Brasileiro de Mudanças Climáticas, realizado neste domingo (11/03), no Rio de Janeiro, vêem com cautela a expansão da lavoura da cana-de-açúcar, por causa das implicações ambientais de longo prazo.

Logo na palestra de abertura do evento, o físico Luiz Pinguelli Rosa, ex-presidente da Eletrobrás, alertou para o risco de o país voltar a ser uma "monocultura da cana".

Apesar de emitir menos gases causadores do efeito estufa, o etanol produzido a partir da cana também emite gás carbônico quando queimado. "É bom que os Estados Unidos saiam do álcool de milho, mais poluente, para o álcool da cana, mas temos que cuidar para não sermos pressionados a voltar a ser uma monocultura da cana", disse Pinguelli. O agroclimatologista da Empresa Brasileira de Pesquisa em Agropecuária, Eduardo Assad, demonstrou preocupação com o fato de os estudos de viabilidade para plantação de novos canaviais estarem se concentrando no sul do Mato Grosso, mas precisamente na região do Pantanal Matogrossensse.

"Etanol é muito bom, mas quando aparecerem as células de hidrogênio, fonte alternativa de energia que já vêm sendo pesquisada nos países desenvolvidos, vamos perder mercado", advertiu o pesquisador.

Biodiversidade
Além do impacto na biodiversidade, ele adverte para o fato de que, devido ao clima do local, a produção de cana no pantanal tende a ser de baixa qualidade e de valor comercial inferior ao da cana plantada em regiões mais favoráveis. Segundo ele, o clima do Pantanal é semelhante ao do semi-árido, porém com forte nebulosidade. "O calor e a umidade provocam a floração, processo que gasta muita energia da planta, reduzindo a produção de sacarose", explicou.

De acordo com Assad, as outras áreas para onde estão ocorrendo a expansão dos canaviais, como o sul dos Estados do Maranhão, Piauí e Tocantins são mais adequadas para o cultivo e teriam menos impacto no meio ambiente.

A melhor solução a longo prazo, segundo ele, é a produção de biodiesel, aproveitando o conhecimento da população local, como o dendê no norte, o babaçu no nordeste, e outras oleaginosas, como o girassol.

Mudanças climáticas
Assad acaba de concluir um estudo sobre o impacto do aquecimento global na plantação de cana-de-açúcar. A pesquisa, ainda não publicada em revistas científicas, aponta poucas alterações, já que é uma planta muito resistente ao calor e à seca. A principal mudança seria em São Paulo, onde o cultivo teria passar da região oeste para o leste do Estado.

Anteriormente, Assad já havia estudado as alterações climáticas no cultivo do arroz, feijão, soja milho e café. Agora, com a divulgação dos resultados do estudo do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC), que prevê uma alteração de 1,8 ºC a 5 ºC até 2100, ele refez os modelos, com conclusões pessimistas.

Segundo o estudo, um aumento de 1ºC na temperatura mínima - a previsão mais favorável, de acordo com o IPCC -, traria um prejuízo de US$ 375 milhões no plantio de café. Um aumento de 5ºC provocaria o fim da produção do café em São Paulo.

Os cultivos mais atingidos com o aceleramento do aquecimento global são o de café e o de soja. Os Estados mais prejudicados seriam os do Nordeste e o Rio Grande do Sul. "O grande problema é o que fazer com o Nordeste. O Sul se adapta, em vez de plantar uva, pode plantar soja, por exemplo", disse Assad.

Quinze centros da Embrapa pelo País e sete universidades parceiras estão estudando genes tolerantes ao calor, para fabricar sementes.
(Por Fabiana Cimieri, O Estado de S. Paulo, 11/03/2007)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -