O presidente da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo, Eduardo Carvalho, comemorou na sexta-feira (09/03) o memorando de cooperação técnica na área de biocombustíveis assinado pelos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos Estados Unidos (EUA), George W. Bush.
“Na medida em que a gente consiga concreta as regras de cooperação fixadas entre os dois presidentes, vamos ter um avanço fantástico”, disse Carvalho. “O acordo tem uma importância estratégica para nós.”
O representante dos usineiros acompanhou o encontro entre Lula e Bush em Guarulhos (SP). Segundo ele, a expectativa do setor é ampliar em praticamente o dobro a atual produção de álcool combustível, passando de 17,5 bilhões de litros para 34 bilhões de litros anuais, em um prazo de seis anos. A União Canavieira também prevê aumento na produção de açúcar, subproduto da cana.
Eduardo Carvalho destacou, por outro lado, possibilidade de em pouco tempo os Estados Unidos terem uma produção competitiva de etanol. Diante dessa perspectiva, os usineiros esperam que o govenro brasileiro continue investindo fortemente no setor.
Segundo o presidente da União Canavieira, o setor deseja que a produção avance pelo mundo fora, pois isso criaria condições de garantir o abastecimento no mercado mundial de forma sustentada. “Nosso inimigo é a gasolina. Ela é que queremos substituir.”
O acordo entre Brasil e EUA também agradou o setor automobilístico. De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Rogelio Golfarb, a meta das montadoras instaladas no Brasil é a de quintuplicar, nos próximos seis anos, a frota dos veículos bicombustível.
“Temos hoje 2,6 milhões de unidades flex-fuel e em 2013, serão 15 milhões ou 50% da frota nacional”, calcula Golfbarb. "Sem dúvida nós precisamos ter muito foco na questão de pesquisa e de tecnologia para o setor de biocombustível."
(Por
Marli Moreira,
Agência Brasil, 09/03/2007)