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2007-03-12
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, se disse impressionado com a tecnologia de biocombustíveis desenvolvida e utilizada no Brasil. Durante visita do dirigente norte-americano a uma instalação da Petrobras, em Guarulhos, o presidente da empresa, José Sergio Gabrielli, explicou a Bush como é feita a produção de álcool combustível a partir da cana-de-açúcar no país e quais são seus empregos. Gabrielli, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mostrou como é realizado o refino da cana, a produção de álcool e como funciona um motor bicombustível.

Bush também conheceu os vários vegetais utilizados pela Petrobras para a produção de biodiesel, um biocombustível que poderá substituir o diesel utilizado em caminhões, máquinas e motores. Atualmente o Brasil tem um programa que prevê a adição de biodiesel ao diesel em proporções cada vez maiores. Há pouco tempo, alguns Estados norte-americanos começaram a implantar programas semelhantes, mas a abrangência deles ainda é muito pequena.

No evento, que contou com a participação de mais de 200 empresários e autoridades na unidade de distribuição da Transpetro, Bush fez questão de cumprimentar o país pelos avanços no campo dos biocombustíveis.

– Meus cumprimentos ao presidente (Lula) por manter seu país no topo da tecnologia de uso do etanol – disse o norte-americano. Durante seus agradecimentos, Bush também não deixou de levantar o moral das empresas dos Estados Unidos. – Agradeço também a presença da Ford e da GM. É bom ter vocês por aqui – comentou, elogiando o trabalho dessas empresas no desenvolvimento de motores do tipo flex fuel no Brasil, dos quais viu duas unidades durante a visita.

Após a visita às instalações da Petrobras, Lula e Bush seguiram para o almoço em hotel na capital paulista. O cardápio inclui salada de legumes com camarão, filé mignon ao molho com champignon, manga, musse de maracujá e vinho nacional.

O que é o etanol?
O etanol é um álcool incolor, volátil, inflamável e totalmente solúvel em água, derivado da cana-de-açúcar, do milho, da uva, da beterraba ou de outros cereais, produzido através da fermentação da sacarose. Comercialmente, é conhecido como álcool etílico, e sua fórmula molecular C2H5OH ou C5H6O O etanol contém aproximadamente 35% de oxigênio em sua composição e possui combustão limpa, ou seja, sua queima resulta somente em calor, sem presença de fuligem. Devido a isso, a emissão de CO2 na queima é baixíssima.

O etanol é hoje um produto de diversas aplicações no mercado, largamente utilizado como combustível automotivo na forma hidratada ou misturado à gasolina. Também tem aplicações em produtos como perfumes, desodorantes, medicamentos, produtos de limpeza doméstica e bebidas alcoólicas.

História
O Brasil é reconhecido pelo pioneirismo na introdução do etanol em sua matriz energética. O álcool etílico anidro tornou-se mistura compulsória à gasolina a partir de 1938. Em 1975, com o lançamento do Programa Nacional do Álcool (Proálcool), o percentual de álcool anidro misturado à gasolina aumentou e o álcool etílico hidratado passou a ser utilizado em veículos cujos motores foram especialmente desenvolvidos para esse combustível.

Desde o lançamento do Proálcool, a produção de álcool no país aumentou de 700 milhões de litros em 1975 para 15 bilhões de litros na safra de 2004/2005.

Durante esse período, como no ano de 1985, os veículos movidos a álcool chegaram a atingir 85% das vendas totais no país. Porém, devido à crise de abastecimento ocorrida em 1989, esse percentual reduziu-se para cerca de 2% e manteve-se nesse patamar até o início de 2003. Em março daquele ano, os veículos bicombustíveis (Flex Fuel) foram lançados no mercado brasileiro e depois de dois anos de existência, chegaram a representar aproximadamente 53% das vendas de veículos novos em 2005.

Produção
O Brasil produz cerca de 18 bilhões de litros de etanol por ano a partir da cana-de-açúcar. Nos Estados Unidos, a produção, baseada no milho, é de 20 bilhões de litros. Os dois países juntos totalizam 70% da produção mundial, e os analistas consideram que têm um grande potencial na área do biodiesel.

Mercados
Produto representa 2% do mercado mundial de combustíveis. A demanda por etanol, no entanto, tem sido crescente nos últimos anos. O Brasil, além de maior produtor do etanol a partir da cana, e de maior consumidor, é também o maior exportador no cenário global. Até meados de 2002, as exportações brasileiras de álcool eram insignificantes, mas com o crescimento da demanda por esse biocombustível no mercado internacional, o volume exportado cresceu de 565 milhões de litros em 2003, para 2,1 bilhões de litros no período de janeiro a novembro de 2005, segundo dados da Secex.

Febre dos biocombustíveis
A necessidade de reduzir a emissão de gases do efeito estufa e a preocupação em aumentar a renda dos agricultores e em obter maior segurança energética motivam a chamada "febre dos biocombustíveis".

Impactos
O aumento da utilização desses combustíveis pode gerar um impacto para os mercados agrícolas, nos quais já provocou um aumento significativo nos preços do milho e das oleaginosas. Além disso, a agroenergia pode representar uma ameça para a segurança alimentícia, já que a área cultivada para produzir alimentos poderá ser absorvida pela produção dos produtos utilizados nos biocombustíveis. Especialistas criticam ainda as deploráveis condições de trabalho dos cortadores de cana em algumas plantações e os subsídios que beneficiam os produtores de grãos norte-americanos.

Ambientalistas também criticam a expansão das áreas de cultivo de soja, cana-de-açúcar, entre outras culturas, sobre as áreas de florestas Acordo Brasil e EUA. Brasil e Estados Unidos debatem um memorando de entendimento para desenvolver projetos de pesquisa, estabelecer regras internacionais e estimular a produção e o consumo de etanol em terceiros países, principalmente da América Central e do Caribe.

Do ponto de vista da indústria brasileira, a coordenação entre os dois países enfrenta seu primeiro obstáculo na recusa norte-americana a incluir nas conversas a questão do acesso ao mercado. Os Estados Unidos, que produzem etanol a partir do milho, impõem ao procedente do Brasil um imposto de 2,5% e uma tarifa de R$ 0,3 (US$ 0,14) por litro, uma barreira rejeitada pelos produtores brasileiros.
(ClicRBS, com informações de Valor Econômico, Pólo Nacional de Biocombustíveis - Esalq/USP e Agência EFE, 09/03/2007)

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