A energia e a agricultura, dois setores estratégicos para as economias de Argentina e Venezuela, são o eixo central dos acordos assinados na sexta-feira (09/03) em Buenos Aires pelos presidentes Néstor Kirchner e Hugo Chávez.
Com este novo passo no processo de integração bilateral, o governante venezuelano cumpriu um dos objetivos de sua visita a Buenos Aires, encerrada na mesma noite em um ato de repúdio à viagem que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, faz à América Latina.
Chávez chegou na quinta-feira (08/03) a Buenos Aires e iniciou suas atividades na sexta-feira (09/03) com uma entrevista ao Canal 7 da televisão estatal.
O presidente criticou a "agenda imperialista" de Bush e convocou o Mercosul, a que a Venezuela se uniu recentemente, a olhar para sua própria atuação antes de criticar a de outros blocos e a atender as demandas dos membros menores para não "morrer como a Comunidade Andina de Nações" (CAN).
Antes de participar de um almoço oficial na residência presidencial de Olivos, nos arredores de Buenos Aires, Chávez e Kirchner assistiram à assinatura de 11 convênios bilaterais, definidos pelo venezuelano como "mais um passo na conformação do projeto nacional San Martín-Bolívar".
Entre os convênios assinados se destacam um sobre transferência de tecnologia agroindustrial da Argentina para a Venezuela por um valor de US$ 400 milhões e outro sobre cooperação em matéria de fornecimento de energia.
Chávez e Kirchner também assinaram um acordo comercial para que o grupo argentino Los Grobo desenvolva um projeto agropecuário na Venezuela e outro para a criação de uma empresa mista para a fabricação de motores a gás.
Em matéria financeira, Kirchner e Chávez firmaram um documento no qual manifestam a aceitação da incorporação da Bolívia ao grupo de trabalho para a criação do Banco do Sul. No campo energético, os dois líderes firmaram um tratado para a criação de uma organização de países produtores e exportadores de gás da América do Sul.
Os dois presidentes destacaram o "caráter estratégico" dos acordos assinados e se comprometeram a continuar aprofundando a relação bilateral.
– Estes acordos dão vida a nossos sonhos – enfatizou Chávez, ao destacar os convênios nos setores de agropecuária e combustíveis, que ajudarão a Venezuela a alcançar sua "soberania alimentar e mudar sua matriz energética".
(Por ClicRBS, com informações da Agência EFE, 09/03/2007)